1. A garantia foi dada pelo diretor executivo do Instituto Internacional da Língua (IILP), Gilvan Müller de Oliveira, em declarações ao semanário Sol: Portugal e Brasil vão dispor de um vocabulário ortográfico comum aos dois países, em julho de 2012. «Vai ser um momento histórico», acentua o linguista brasileiro, lembrando que «desde 1911 [ano da primeira reforma da escrita do português], altura em que houve uma rutura linguística, (…) Portugal e Brasil não partilhavam de um vocabulário». Gilvan Müller de Oliveira falava à margem do encontro realizado na Cidade da Praia de lexicógrafos dos países da CPLP. Aí se «definiram um método de trabalho e um cronograma» que assinala, ainda, o propósito de Timor e de os países africanos de língua portuguesa iniciarem a construção dos seus próprios vocabulários.
2. Se tuitar está a entrar no linguajar dos cibernautas, é possível que facebookar entre também, sobretudo se esse movimento for propulsionado pelos media. É esta a chamada de atenção que Paulo J. Barata nos traz para reflexão desta vez. A começar pelo (melhor) aportuguesamento do neologismo.
3. Há dois tipos de perguntas no consultório que são verdadeiramente inesgotáveis: qual a origem de...? (como em Origem da expressão «ficar com um olho à Belenenses») e qual a palavra adequada para o conceito x? (como em Designação do local de venda de rifas) E são inesgotáveis porque se aplica aqui uma das versões do cogito, ergo sum: falo, logo penso.
4. Faleceu em Lisboa o jornalista brasileiro Duda Guennes (1937-2011). Eduardo Guennes Tavares de Lima, de seu nome completo, era natural do Recife, estado do Pernambuco. Chegado a Lisboa, logo a seguir ao 25 de Abril de 1974, aqui se fixou desde então, trabalhando para várias publicações portuguesas. Era colaborador do Jorrnal do Commercio, de Pernambuco, e, ainda no Brasil, do semanário humorístico O Pasquim. Assinava no jornal desportivo A Bola a crónica mais antiga na imprensa portuguesa, Meu Brasil Brasileiro. Amigo da língua portuguesa – que cultivou com esmero e um humor sibilino para quantos a maltratavam em escritos menos cuidados –, o Ciberdúvidas fica-lhe tributário de uma longa e sempre solícita colaboração. Por exemplo, com esta deliciosa crónica, Falar difícil.