1. Vem aí a primeira base de dados electrónica de revistas e jornais científicos de língua portuguesa, com cerca de 200 títulos periódicos. Criada pela editora norte-americana EBSCO Publishing, esta base de dados vai «abrir o mais possível ao mundo o trabalho dos académicos e também levar a língua portuguesa mais longe, através da Internet», declarou o director do Serviço Integrado das Bibliotecas da Universidade de Coimbra (SIBUC), Carlos Fiolhais.
2. Ainda em Portugal, a Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular (DGIDC) tem em linha a versão final dos testes de diagnóstico de Português Língua não Materna (PLNM). Trata-se de testes-modelo que foram elaborados por uma equipa de investigadores do Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC) e que as escolas podem adaptar às suas necessidades.
3. O programa Língua de Todos, na sua emissão de sexta-feira, 8 de Maio (às 13h15* na RDP África; com repetição no sábado, 9 de Maio, depois do noticiário das 9h15*), propõe um olhar — da linguista Ana Martins — sobre a qualidade do português escrito nos jornais portugueses.
* Hora oficial portuguesa.
1. No-lo e tem-lo serão ocorrências pouco habituais no português hodierno de Maputo, Luanda, Rio de Janeiro ou Lisboa. Mas documentam processos fonéticos do passado, estão correctas e à disposição de quem queira usá-las.
2. O Centro de Linguística da Universidade Nova de Lisboa (CLUNL) organiza entre 2 e 4 de Julho próximo a GRATO — Conferência Internacional sobre Gramática e Texto. Os interessados poderão obter mais informação na página deste encontro.
3. O Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), a Fundação Vodafone Portugal e a Câmara Municipal de Loures promovem, no domingo, dia 10 de Maio, um apelo à criação de uma rede de corredores verdes para a Área Metropolitana de Lisboa. Sob o mote «Nós Pedalamos», os participantes são convidados a pedalar por esta causa num passeio de bicicleta com início às 9h00 junto ao Terreiro do Paço e chegada ao Parque da Cidade em Loures. Com um número crescente de adeptos, a iniciativa tem neste ano por madrinha a fadista Mafalda Arnauth.
Em declarações à margem da inauguração da 79.ª Feira do Livro de Lisboa, o ministro da Cultura português, José António Pinto Ribeiro, realçou a necessidade da edição nacional de um vocabulário ortográfico de língua portuguesa (VOLP), cuja elaboração poderá não ficar a cargo da Academia das Ciências de Lisboa, visto esta, segundo o ministro, ter «pouca capacidade instalada para fazer isso». Para Pinto Ribeiro, fortalecer a Academia ou «pensar nessa capacidade com outras entidades ou até criar uma nova entidade» são opções possíveis. E assim se espera pela aplicação de um novo acordo ortográfico em Portugal.
1. Há vida no adjectivo, os mestres do futebolês que o digam. E que tal reabilitá-lo? É o repto lançado por Ana Martins em mais um Pelourinho.
2. «A necessidade de sermos do nosso tempo e do nosso mundo exige línguas abertas ao cosmopolitismo» — afirma Mia Couto num texto que convida ao debate e que se divulga em Lusofonias.
3. Nas Notícias, dá-se conta da integração do português no currículo escolar uruguaio e da 1.ª edição da Escola de Verão, a decorrer entre 29 de Junho e 3 de Julho no Centro de Linguística da Universidade do Porto.
1. Quando o verbo da predicação está flexionado no plural e o sujeito no singular, ou vice-versa, as culpas vão para a desatenção, a pressa ou factores contextuais diversos. Mas, conforme se automatiza o erro, também se automatiza a forma correcta. Basta ter gosto em fazer as coisas bem feitas...
2. É o tema central da 63.ª emissão do programa televisivo Cuidado com a Língua! (dia 4 de Maio, na RTP1, 21h18*): porquê o uso e o abuso dos estrangeirismos (e dos anglicismos em particular) na comunicação social portuguesa… para lusófonos, havendo, quase sempre, e há muito, a correspondência na nossa língua? São os casos de “overbooking”, “feedback”, “low-cost”, “resort”, “fash interview”, “cal center”, “car jacking”, “Carlsberg Cup”, “chief operating officer” (COO), “mídia", etc., etc., etc. Uma inevitabilidade ou, antes, um modismo acrítico de quem, elites e jornalistas com acesso directo ao que lhes chega da língua da globalização, sofre, cada vez mais, de um défice de português – e de esmero pela sua própria língua? Com a participação da actriz Lúcia Moniz, contracenando com o apresentador do programa, Diogo Infante.
3. O programa de rádio Língua de Todos, na sua emissão de sexta-feira, 1 de Maio (às 13h15*, na RDP África; repetição no sábado, às 9h15*), vai centrar-se na construção de texto e de frase. Basta escrever-se o que quer que seja para estarmos em presença de um texto? Construir frases será só juntar palavras? Qual a utilização correcta das preposições a, com, de e em? O Páginas de Português (domingo, 3 de Maio, às 17h00*, na Antena 2) terá como tema o monumental Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (mais de 350 mil palavras), que a Academia de Letras do Brasil acaba de publicar (também, já, em Portugal), segundo as novas regras do Acordo Ortográfico. E Portugal o que está a fazer? E quanto ao tão necessário Vocabulário (verdadeiramente) comum? A opinião de vários linguistas (entre eles, Margarita Correia e Ivo Castro) e do ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro.
4. Devido ao feriado do 1.º de Maio, as actualizações do Ciberdúvidas regressam na segunda-feira, 4 de Maio.
* Hora oficial portuguesa
De uma maneira geral, nós, falantes, somos muito injustos para com as palavras. Veja-se o caso do verbo ficar: sendo uma palavra muito frequente, é raro recebermos perguntas que a envolvam. E, no entanto, a diversidade de construções que este verbo potencia é verdadeiramente surpreendente.
Se pensarmos em ficar como verbo copulativo, há o ficar burro, ficar parvo, ficar doido, que é diferente de ser burro/parvo/doido: ficar burro engrena o sentido de resultado, de causa ou de início de uma situação; ser burro exprime simplesmente um estado. Há também o ficar com uma grande cachola, o ficar com a pulga atrás da orelha e há simplesmente o ficar-se...
Mas ficar pode ser também verbo auxiliar e então temos o ficar a ver navios ou o ficar pensando.
Vale a pena, a este propósito, (re)ler o artigo de José G. Herculano de Carvalho, «Ficar em casa/ficar pálido: gramaticalização e valores aspectuais».
«O Acordo entrará em vigor seguramente neste ano», declarou o ministro da Cultura português, no passado dia 26. Haverá, seguramente, uma fase de aplicação e outra de adaptação, assistidas por instrumentos fiáveis e coerentes. Seguramente que vão ser dadas orientações de actuação concertadas para as áreas de ensino, media e indústria editorial.
Uma dúvida interessante que nunca nos foi apresentada é esta: porque é que o advérbio modal seguramente — palavra derivada de seguro — deixa no ar a ideia de insegurança?
Aumentar a produção de conteúdos em língua portuguesa no universo da Internet foi um dos tópicos da declaração de intenções saída da reunião, em Lisboa, dos ministros da Cultura da Organização dos Estados Ibero-Americanos.
A metáfora da navegação, de que a metalinguagem informática se apropriou, está aliás na raiz do entendimento do que é ser poliglota: «Fazer uma transposição das ideias, dos pensamentos para outra língua já é uma grande viagem», assegurou a escritora italiana Romana Petri, no âmbito do IV Encontro Literatura em Viagem.
1. A Associação de Academias de Língua Espanhola (que integra 22 associações de língua espanhola) tem a seu cargo concertar a elaboração conjunta de obras de grande fôlego e relevo, como o Dicionário, Ortografia e Gramática da Língua Espanhola, o Dicionário de Americanismos ou o Dicionário Pan-Hispânico de Dúvidas.
Por cá, nem um «vocabulário comum de dois» (Portugal-Brasil) foi possível. Para quando uma comunhão real de empenhos na salvaguarda do superior valor da língua portuguesa — que se consubstancia, afinal, no superior interesse de todos os falantes da língua portuguesa?
2. O tema do programa Cuidado com a Língua!, da RTP1 (segunda-feira, 27 de Abril, 21h18*), andará em torno dos números e da (muita) confusão à volta deles — nomeadamente quando eles ascendem à ordem dos biliões. Mas também se falará da diferença, e porquê, entre 1º (um grau) e 1.º (primeiro). E da origem da expressão «trinta-e-um de boca» e da frase «Abre-te, Sésamo!». Com a participação do matemático Nuno Crato.
*Hora oficial portuguesa
1. A Cimeira Ibero-Americana da Educação encerrou com boas perspectivas para a difusão do português. Depois de um protocolo assinado por Portugal e Espanha relativo ao ensino do português e do espanhol, foi a vez de a ministra uruguaia da Educação e da Cultura, Maria Simón, anunciar que a partir de 2010 o seu país terá o ensino do português como segundo idioma nas escolas públicas.
2. No programa Língua de Todos (RDP África, sexta-feira, 24 de Abril, às 13h15*; repetição no sábado, às 09h15*), a linguista Margarita Correia fará uma leitura crítica do lançamento, em Portugal, do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, edição da Academia de Letras do Brasil. Por razões de programação da Antena 2, não haverá Páginas de Português no domingo, dia 26.
* Hora oficial de Portugal.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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