1. Em Nome do Ouvinte, o programa do provedor do Ouvinte da RDP, Adelino Gomes, passou a integrar uma rubrica sobre os erros de português na programação e na informação da rádio pública portuguesa. Intitula-se Questões de Língua. A nova rubrica – que conta com a colaboração da professora Maria Regina Rocha, consultora do Ciberdúvidas e do programa televisivo Cuidado com a Língua! – estreia no dia 22 de Maio de 2009, na Antena 1 (às 17h15*). Repete sempre aos sábados (às 13h15*) e é transmitido, ainda, na Antena 2 (aos domingos, às 13h15*), na Antena 3 (aos domingos, às 14h30*), na RDP África (às segundas, às 13h15*) e na RDP Internacional**.
**Terça-feira, 11h40: Europa, África e Brasil.
Terça-feira, 15h40: Médio Oriente e Índia.A Estilística da Língua Portuguesa, do filólogo português Manuel Rodrigues Lapa (1897-1989), surpreende-nos constantemente pela avaliação lúcida de usos e abusos de linguagem. Na rubrica O Nosso Idioma transcrevemos excertos dessa obra que convidam a reflectir acerca do problema sempre actual dos estrangeirismos, como é o caso da seguinte passagem:
«A adopção dos estrangeirismos é uma lei humana e particularmente portuguesa: constitui como que uma fatalidade, devida aos intercâmbios das civilizações. A língua, especialmente o vocabulário, só tem a lucrar com isso. O ponto está em que essa imitação não exceda os limites do razoável e não afecte a própria essência do idioma nacional.»
1. Em Portugal, comenta-se a resistência ao Acordo Ortográfico de 1990. Por um lado, no Governo português, perdura a falta de consenso quanto à aplicação da nova ortografia. Por outro, estando a Assembleia da República a preparar-se para debater uma petição pública contra o Acordo, ouvem-se mais vozes discordantes. Por exemplo, a de Luís Fagundes Duarte, deputado socialista e conhecido académico, que considera necessário criar uma comissão de especialistas, composta por filólogos, linguistas e profissionais para corrigir «muitas imprecisões, erros científicos e ambiguidades» do Acordo.
2. Noutros quadrantes, o discurso é de união. De 14 a 16 de Outubro de 2009, o Departamento de Letras da Universidade da Beira Interior (UBI) organizará o I Congresso Internacional Portugal/Brasil: Relações Linguísticas e Culturais. O pano de fundo desta iniciativa é, mais uma vez, o novo acordo ortográfico e «a língua portuguesa, elo mais forte das terras luso-brasileiras e africanas» (ler Apresentação).
1. A formação de nomes de ruas, praças, avenidas, etc. não é arbitrária, como nos revela Regina Rocha.
2. Quem se recorda do pretérito mais-que-perfeito simples? Nesta actualização, um consulente da Galiza pergunta-nos se ainda se usa este tempo verbal para exprimir o mesmo valor que o condicional (futuro do pretérito no Brasil). A resposta é sim, mas muito pouco.
1. Numa altura em que o Acordo Ortográfico está em acção no Brasil, em que foi lançado o VOLP, pela Academia Brasileira de Letras, e em que o Governo português anunciou a activação daquele documento ainda para este ano, eis que surge esta notícia: Parlamento debate quarta-feira relatório sobre petição pública contra Acordo Ortográfico.
2. O 65.º e último programa do Cuidado com a Língua! (RTP 1, 21h18*) tem como convidada especial a actriz Sofia Aparício e como cenário natural o Jardim Zoológico de Lisboa. Entre leões e elefantes (e as expressões «contrato leonino» e «memória de elefante»), tigres, cangurus (porquê estes nomes?) e «flamantes»… flamingos.
* Hora oficial portuguesa
1. Numa altura em que se fala tanto de poupança, siga-se o exemplo da língua e, em particular, da palavra se — pequenina, mas polivalente:
2. A próxima edição do Língua de Todos (dia 15, RDP África, às 13h15*, e dia 16, às 09h15*) é dedicada a uma conversa com a linguista Fernanda Bacelar, sobre algumas palavras de origem africana presentes na língua portuguesa, como banana, minhoca, missanga, moleque, quezília ou tanga, por exemplo.
O Páginas de Português (dia 17, Antena 2, 17h00*) oferece uma viagem ao Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, que conta actualmente com um acervo de mais de 800 mil palavras portuguesas recolhidas, algumas utilizadas uma só vez por escritores de todos os tempos.
«Qual Cristóvão Colombo da linguística, Benveniste descobriu uma coisa muito diferente da que se propunha descobrir, e, igualmente, essa descoberta parcialmente acidental era muito mais importante e muito mais nova do que a que estava no seu espírito fazer» (Fernanda Irene Fonseca 1994 — "O perfeito e o pretérito e a teoria dos níveis de enunciação" in Gramática e Pragmática, Porto Editora, p. 41).
Criar, adoptar e combinar novas perspectivas de análise da língua em uso é uma actividade não afecta apenas à defesa da integridade da língua em questão, mas também à defesa da integridade dos indivíduos que a falam.
Para poder deixar de errar, há uma tarefa prévia e fundamental: encarar o erro, aceitar que ele existe. Isto é válido para qualquer área de actuação, entre elas a linguística.
O levantamento das dificuldades de expressão escrita — gramaticais, ortográficas, lexicais e discursivas — é a tarefa do projecto de investigação intitulado A Competência em Português dos Estudantes Universitários em Moçambique, do Departamento de Línguas da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane, Maputo.
Este é, sem dúvida, um tipo de estudo que falta fazer no ensino universitário em Portugal.
Picasso — «Quer dizer que pega numa ideia bela e transforma-a no que ela vai ser na realidade?»
Einstein — «Precisamente. Criamos um sistema e verificamos se os factos encaixam nele.»
Picasso — «Portanto, não está só a descrever o mundo como ele é?»
Einstein — «Não. Estamos a criar uma nova forma de ver o mundo.»
Picasso — «Está-me a dizer que sonha o impossível e ele acontece?»
Einstein — «Exactamente.»
É com este trecho de uma peça de Steve Martin que Carlos Fragateiro termina o seu artigo, explicando a força renovadora do motor da língua. Uma boa ideia para começar a semana.
1. O Governo português já decidiu que o Museu da Língua Portuguesa de Lisboa ficará em Belém, no edifício que acolheu o Museu de Arte Popular. Recorde-se que este projecto foi lançado em 2006 pela anterior ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, pouco depois da inauguração do Museu da Língua Portuguesa de S. Paulo.
2. Um sítio da Internet disponibiliza um inquérito que permite aos cidadãos europeus manifestarem pontos de vista e apresentarem propostas ao presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso. São línguas de comunicação o inglês, o francês, o alemão, o polaco, o espanhol e o italiano. Mas... então, e a língua portuguesa?
3. Na sexta-feira, 8 de Maio, às 13h15*, na RDP África, o programa Língua de Todos (com repetição no sábado, 9 de Maio, depois do noticiário das 9h15*) propõe um olhar — da linguista Ana Martins — sobre a qualidade do português escrito nos jornais portugueses.
4. O tema central do Páginas de Português de domingo, 10 de Maio (às 17h00, na Antena 2) serão os erros, as gralhas, as desatenções e as (des)qualidades do texto escrito, hoje, na imprensa portuguesa. E ainda a polémica à volta do Acordo Ortográfico.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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