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Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

1. Neste dia, 14 de Abril, pelas 17h00, a Academia das Ciências de Lisboa acolherá o lançamento em Portugal do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) da Academia Brasileira de Letras (ABL), elaborado segundo as normas do novo Acordo Ortográfico. O evento terá a presença de Cícero Sandroni, presidente da ABL, bem como de Alberto da Costa e Silva, ex-embaixador do Brasil em Portugal, e Evanildo Bechara, o conhecido autor da Moderna Gramática Portuguesa, ambos membros também da ABL. Ainda na mesma cerimónia, a Academia Galega de Língua Portuguesa apresentará o Léxico da Galiza, a ser integrado no Vocabulário Ortográfico Comum.

2. Mas em Portugal a aplicação do novo Acordo Ortográfico parece continuar incerta. Um relatório da Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura recomenda agora que a Assembleia da República aprecie em plenário a petição contra o Acordo Ortográfico que partiu de uma iniciativa do escritor Vasco Graça Moura e que, segundo a Agência Lusa, foi subscrita por 33 053 pessoas.

Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

1. Um novo texto soma-se, na rubrica Antologia, a outros também alusivos à língua portuguesa. Entre eles, recordamos um soneto do poeta e escritor português Vitorino Nemésio (1901-1978), transcrevendo a primeira quadra, de tom paradoxal:

Língua, Casa do Ser que lá não mora,
E, se chama, não está por morador,
Que só em nós o verbo se demora
Como sombra de sol e eco de amor.

2. Paradoxal não pode ser a linguagem da comunicação social portuguesa: por exemplo, ficar entre o talvez e o de facto não é informar, como observa Ana Martins no Pelourinho.

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1. Quando as orações relativas têm como antecedente um complemento preposicionado, a preposição, que devia anteceder a oração relativa, corre grandes riscos de desaparecer: «Encontrei a receita do licor que tanto gostas», isto é, «Encontrei a receita do licor de que tanto gostas».

Maria João Matos inventaria uma série de exemplos deste tipo: um contributo para prevenir o apagamento da preposição nestes contextos.

Deixamos também a propósito a referência de alguns estudos que descrevem o fenómeno:

2. Língua cabo-verdiana: designação oficial do governo da cidade da Praia. Que dicionários existem para os crioulos de Cabo Verde e da Guiné-Bissau? Uma conversa com a professora Dulce Pereira, investigadora na área dos crioulos de base lexical portuguesa — para seguir no programa Língua de Todos (sexta-feira, dia 10, RDP África, 13h15*).

No programa Páginas de Português (Antena 2, 17h00*): Que tipo de dicionários há na nossa língua? Que informação os distingue uns dos outros? E será possível elegermos “o melhor” deles? Uma conversa com a linguista Margarita Correia , autora do recém-publicado livro Os Dicionários Portugueses, da colecção “O Essencial sobre a Língua Portuguesa”, da Editorial Caminho.

Devido a alterações de programação, o Cuidado com a Língua! (RTP 1) irá para o ar não na segunda-feira, dia 13, mas oito dias depois, no dia 20.

3. De 6 a 12 de Abril fazemos a interrupção pascal no serviço do consultório, mantendo-se a actualização das demais rubricas. De assinalar que já ultrapassámos as 26 000 respostas.

*Hora oficial portuguesa

Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

1. Na cerimónia de atribuição do Prémio Leya a Murilo Carvalho, o presidente da República de Portugal voltou a alertar para a premência de impulsionar o ensino do português como língua estrangeira, dado o seu potencial enquanto factor de desenvolvimento e de criação de riqueza.

2. Os neologismos importados são uma fatalidade? Não são. Mas, à velocidade com que entram na língua portuguesa, é cada vez mais difícil inverter tendências.

3. De 6 a 12 de Abril fazemos a interrupção pascal no serviço do consultório, mantendo-se a actualização das demais rubricas. De assinalar que já ultrapassámos as 26 000 respostas.

Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

1. O Acordo vem simplificar a aprendizagem da ortografia, ou vem apagar os traços etimológicos que permitem fazer o reconhecimento de palavras cognatas? A pergunta é retórica e nela assenta o
último artigo de Maria Regina Rocha, no Diário do Alentejo.

2. Diogo Infante e Maria Flor Pedroso, a cara e a voz do Cuidado com a Língua!, vão finalmente encontrar-se na 60.ª emissão do programa — precisamente num circo e à volta de algumas das suas mais expressivas palavras e expressões que herdámos dos Romanos: acrobata, cartola, corda bamba e círculo vicioso (em vez de “ciclo vicioso”). RTP 1, 6 de Abril, 21h18*, com repetição nos demais canais da televisão pública portuguesa. Disponível também aqui.

3. De 6 a 12 de Abril faremos a interrupção pascal no serviço do consultório, mantendo-se a actualização de todas as outras rubricas. De assinalar que já ultrapassámos as 26 000 respostas.

* hora portuguesa
Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

1. Erro, desvio, deslize, lapsus linguae, imprecisão vocabular, ambiguidade sintáctica... tratar-se-á de manifestações de um mesmo fenómeno, ou de consequências da mesma causa? Passa por aqui a reflexão de Margarita Correia no Páginas de Português de domingo, dia 5, p. p. (Antena 2, 17h00*).

Relance rápido de alguns textos, da nossa base de dados, sobre erro, norma e variação linguística:

2. Diogo Infante e Maria Flor Pedroso, a cara e a voz do Cuidado com a Língua!, vão finalmente encontrar-se na 60.ª emissão do programa — precisamente num circo e à volta de algumas das suas mais expressivas palavras e expressões que herdámos dos Romanos: acrobata, cartola, corda bamba e círculo vicioso (em vez de “ciclo vicioso”). RTP 1, 6 de Abril, 21h18*, com repetição nos demais canais da televisão pública portuguesa. Disponível também aqui.

3. De 6 a 12 de Abril faremos a interrupção pascal no serviço do consultório, mantendo-se a actualização de todas as outras rubricas. De assinalar que já ultrapassámos as 26 000 respostas.

* hora portuguesa
Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

1. De tantas possibilidades de dizer isso em português natural — «avisam-se os utilizadores», «os utilizadores são avisados», «os utilizadores estão/ficam avisados» — logo se foi escolher uma forma antinatura: "é avisado aos utilizadores".

2. O Gmail Labs foi recentemente lançado, também em língua portuguesa: congratulamo-nos e fazemos votos para que sejam traduções sem estas aleivosias.

3. No programa Língua de Todos (RDP África, dia 3, às 13h15, e dia 4, às 09h15) propõe-se uma incursão sobre as inovações lexicais na mais moderna literatura africana escrita em língua portuguesa — dos angolanos Luandino Vieira e Manuel Rui ao moçambicano Mia Couto.

Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

1. É verdade: é o Dia das Mentiras. O calendário está quase preenchido com dias dedicados a causas nobres. Pois o dia dedicado à mentira também tem o seu mérito. Mau seria se tivéssemos de ter um dia dedicado à verdade. Assim, polarizadas, verdade e mentira estão bem: toda a verdade, de um lado, e a absoluta mentira, do outro. Abaixo a inverdade, a meia-verdade e o omissio veri, sugestio falsi!

2. Seja com verdades, seja com mentiras, o certo é que, por vezes, um indivíduo fica sob pressão, sofre pressões, até que lhe salta a tampa... que ninguém gosta de se ver apertado.


Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

1. Como é que se diz/escreve? Graffiti, grafíti, graffito, "graffitos"? Uma certeza, porém: grafite é outra coisa.

2. Ainda a propósito da necessidade de um Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa para o português europeu: lança-se aqui o repto para uma petição.

3. Diz-se «andar a cavalo» e «andar de burro» e também há «andar de cavalo para burro»; depois temos o asinino, o asinário, o jerico e a cavalgadura, por oposição à alta cavalariça. Mas no que toca a alimárias ferradas é a fama do burro que mais sai prejudicada — muito injustamente, aliás.

O Burro

Vejam o burro, Camaradas

Esta zebra pequena vestida de lama bonita fofa

Tem quatro pernas de andar aos saltinhos

Duas orelhas ouvidouras de ouvir tudo bem

Dois olhos espertos cheios até às lágrimas de paciência

O nariz do focinho muito fresco e macio.


O burro é burro, Camaradas?

Quem diz que é burro e despreza este companheiro?

Quem quiser ofender-me não me chame de burro

Quem quiser ofender-me não seja tão amável!

Quem quiser ofender-me inventa outra palavra

Porque chamar-me de burro lembra-me burro mesmo

E não posso magoar-me com simpatia. (...)

Mutimati
Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

Se é ponto assente que a língua varia e que todas as variações sincrónicas são objecto de descrição, ainda que não legitimadas, porque é que a desadequação de nível/registo causa tantos constrangimentos (sociais e profissionais)?

Propomos para este dia um relance sobre o tema norma, erro e variação linguística, à luz de diferentes perspectivas: