1. Nos dias 29 e 30 de Outubro de 2009, no Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, realizar-se-á um seminário dedicado ao tema Metodologias e Materiais para o Ensino do Português como Língua não Materna promovido pelo Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC) e pela Associação de Professores de Português (APP). O evento conta com a participação de especialistas nacionais e estrangeiros (consultar programa).
2. «Falar português significa ter boas oportunidades de emprego na China», revela-nos o jornal português Diário de Notícias, numa reportagem acerca de 16 estudantes de Tianjin (Nordeste da República Popular da China) que passarão este ano lectivo na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
1. Na comunicação social portuguesa, produzem-se amiúde frases equívocas e hilariantes por causa de erros de selecção do vocabulário. Ana Martins dá exemplos disso no Pelourinho.
2. Pela sua dimensão e vitalidade, a variedade brasileira desempenha um papel central na projecção da língua portuguesa no mundo. É o que recorda José Jorge Peralta, professor da Universidade de São Paulo, para assinalar o Dia da Independência do Brasil.
1. Lula da Silva, o presidente da República do Brasil, sem diploma universitário de nenhum tipo, a discursar sem teletexto, arriscava-se a ficar nos anais dos pontapés na gramática por gente famosa, pensou-se. Mas saiu agora um dicionário singular – Dicionário Lula – Um presidente exposto por suas próprias palavras (Editora Lucerna), da autoria do jornalista e sociólogo Ali Kamel – que vem mostrar exactamente o contrário: pela análise de 1554 discursos orais e espontâneos do presidente (3 milhões de palavras!), concluiu-se não apenas que Lula fala muito, mas que detém um vocabulário de 11 mil lemas (domina a norma culta) e que é exímio na arte retórica.
Recomendamos, a propósito, a leitura do comentário de Sírio Possenti, professor do Departamento de Linguística da UNICAMP.
Os EUA e o Reino Unido têm uma sólida tradição do estudo do texto, designadamente no âmbito da Análise Crítica do Discurso, empenhada em saber de que maneira o discurso constrói identidades sociais e um sistema de conhecimento e de crenças colectivo. Em Portugal, salientamos os trabalhos de Maria Aldina Marques, O Funcionamento do Discurso Político Parlamentar, e de Carlos Gouveia, A Linguística e o Consumidor: Teoria, política e política da teoria (entre outros artigos).
2. Os programas de rádio produzidos pelo Ciberdúvidas vão estar atentos, em tempo de campanha eleitoral, às propostas dos diferentes partidos portugueses relativamente a uma política de língua eficaz: o programa Língua de Todos (dia 11, RDP África, 13h15*) faz o ponto da situação do ensino e da promoção da língua portuguesa nas comunidades imigrantes africanas e nos PALOP; o Páginas de Português (dia 13, Antena 2, 17h00*) investe ainda nos termos politicólogo, politicologista, politólogo e politiquice.
*Hora oficial de Portugal continental
1. Enquanto e em quanto; conquanto e com quanto; porquanto e por quanto... parece uma brincadeira, mas não é. Todas estas palavras e locuções existem no português: saberemos todos distingui-las?
2. O Canal Odisseia vai emitir, a partir de 19 de Setembro, quatro documentários sobre a diversidade de línguas naturais, a faculdade humana da linguagem e a extinção crescente de línguas no mundo. É uma excelente maneira de assinalar o Dia Europeu das Línguas – 26 de Setembro.
1. Ninguém duvida do potencial que representa a língua portuguesa na interface entre os países lusófonos e a China. E, no entanto, os apelos para a promoção do português em Macau nunca foram tão pertinentes.
2. Está no Scribd e em alguns blogues: a Moderna Gramática Portuguesa, de Evanildo Bechara, entretanto esgotada na Editora Lucerna.
1. Realiza-se em Bragança, de 30 de Setembro a 3 de Outubro, o 8.º Colóquio da Lusofonia, que terá como convidado especial de 2009 o escritor Cristóvão de Aguiar para homenagear Miguel Torga e Paulo Quintela. Assinale-se que o tema de uma das sessões plenárias será o novo acordo ortográfico (ver horário), pelo que o encontro, como sempre, dinamizado por Chris Chrystello, contará com presença de Malaca Casteleiro e Adriano Moreira (Academia das Ciências de Lisboa), Evanildo Bechara (Academia Brasileira de Letras) e Ângelo Cristóvão (Academia Galega da Língua Portuguesa).
2. É fácil tomar as palavras pela realidade, e essa confusão presta-se a servir estratégias políticas. No Pelourinho, Ana Martins analisa certos neologismos, desvelando a invenção que eles podem disfarçar.
Caquexia, bariátrico, trainel, depleção, tralhoeira são exemplos de palavras que, por diferentes motivos, não andam na boca nem nos dicionários de toda gente. Vasco Pulido Valente recuou até Camilo, mas bastava visitar Aquilino para constatar que o nosso vocabulário está a mudar – assim como as áreas de referência. O pior é que essa mudança – de que todo o mundo é composto – está a acarretar redução forte de vocabulário e complexidade de estruturas sintácticas. E é altamente duvidoso que o «"estilo" SMS ou o "estilo" TV tenham aumentado consideravelmente a capacidade da expressão humana».
1. No Brasil, em Portugal e no mundo, há cada vez mais investigadores a estudar as línguas gestuais. Por esse motivo, o Instituto de Ciências da Saúde, na Universidade Católica Portuguesa (Lisboa), acolhe dois eventos: a Conferência Internacional "Sign Languages Around the World" ("As línguas gestuais no mundo") e a oficina "Sign Writing" ("Escrita de sinais"), que se realizam, respectivamente, nos dias 8, 9 e 10 de Setembro.
2. Entre as respostas da semana que finda, avulta uma, relacionada com a campanha eleitoral a decorrer em Portugal: diz-se politólogo, ou politicólogo? Ambas as formas estão correctas, mas, se os dicionários parecem preferir a segunda, o uso do português europeu favorece a primeira.
Chegam notícias de que, em Portugal, a Associação dos Professores de Português (APP) defende que o Acordo Ortográfico de 1990 deve ser aplicado no ensino no ano lectivo de 2010/2011, ao mesmo tempo que a introdução do novo programa da Língua Portuguesa do ensino básico. Evocando a imagem de certas obras públicas, Paulo Feytor Pinto, presidente da APP, considerou: «O ideal é que entre em vigor tudo ao mesmo tempo, que não façamos como algumas obras portuguesas em que a estrada é alcatroada hoje, dentro de uma semana vêm esburacá-la para pôr os canos da água, passad[as] quatro semanas vêm abri-la de novo para fazer o serviço da electricidade. Nós, no ensino de Português, gostaríamos de não estar sempre a esburacar a estrada.»
Quando surgiu a ideia de um Prontuário Sonoro da Rádio e Televisão de Portugal (RTP)? Em que consiste este projecto e como está a ser levado a cabo são algumas das curiosidades que Adelino Gomes, Provedor do Ouvinte da RDP vai procurar satisfazer no próximo programa Em Nome do Ouvinte, em conversa com os responsáveis desta iniciativa, inédita em rádios e televisões do mundo da língua portuguesa.
A ideia partiu do fundador do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, José Mário Costa, e tem nos jornalistas João Alferes Gonçalves e Eduardo Oliveira e Silva os seus executores na RTP. O Prontuário Sonoro está em fase de experiência na Intranet da RTP — o que significa que por agora se encontra acessível apenas aos trabalhadores da empresa pública de televisão e rádio portuguesa. Mas a ideia dos responsáveis é colocá-lo à disposição também de ouvintes e telespectadores em geral.
Depois de uma interrupção em Agosto, Adelino Gomes retoma assim o programa Em Nome do Ouvinte na Antena 1, na sexta-feira, 4 de Setembro, às 17h20* (com repetição nos restantes canais da RDP). O programa pode ser também ouvido em diferido, aqui.
*Hora oficial de Portugal continental.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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