Quando uma sigla marca a crise
Informação relacionada sobre todas as Aberturas
Quando uma sigla marca a crise
A propósito da grave crise financeira que assola Portugal, José Mário Costa sublinha no Pelourinho que a abreviação de Fundo Monetário Internacional, FMI*, costuma ser lida como sigla («efe-eme-i»), isto é, proferindo um a um os nomes das letras constituintes dessa forma.* Em inglês, International Monetary Fund (IMF)....
Universais linguísticos: não tão universais quanto isso, afinal
Tem sido mais ou menos consensual que as sete mil línguas do planeta possuem certos traços profundos comuns. Esta assunção remonta naturalmente a Noam Chomsky e aos conceitos de faculdade de linguagem e gramática universal: bastam apenas algumas regras generativas gerais para que possa ocorrer a montagem de todas as peças da estrutura fundamental de qualquer língua. Mas uma equipa liderada pelo neozelandês Russell Gray, da Universidade de Auckland, num estudo publicado muito recentemente na revista Nature, veio provar que...
Descobrir o universo da escrita — uma porta para o conhecimento
1. O contacto com a palavra escrita, com a grafia de sons difíceis de distinguir (fonemas das letras /b/ e /p/, /d/ e /t/, e /l/ e /r/ do português), devido à diferença de vozeamento (surdo/sonoro) — um problema com que os docentes de Português Língua Não Materna se debatem —, destaca-se como uma das «receitas» para os falantes da língua chinesa. Assim, pela prática de exercícios escritos, como técnica de memorização das palavras portuguesas, o público chinês, para quem muitos fonemas portugueses são...
Acordo Ortográfico: as concessões do Brasil
1. Na abertura do 15.º Colóquio da Lusofonia, que decorre em Macau, Evanildo Bechara, responsável pela aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 no Brasil, considerou que a adopção da nova ortografia acarreta para o português brasileiro mais cedências do que para o português europeu: os brasileiros perdem o trema, o acento agudo nos ditongos tónicos de palavras graves como ideia (antes idéia) e o acento circunflexo em voo, enjoo e perdoo (que se escreviam, respectivamente vôo, enjôo e perdôo). O linguista português Malaca...
Desvios da expressão
1. Não é infrequente a ocorrência de construções cruzadas, sendo um exemplo clássico o uso incorrecto de «ter a haver» em lugar de «ter que ver». Uma das novas respostas do consultório comenta justamente o resultado agramatical da amálgama de duas construções diferentes: «a mudança tem algo de complicado» e «para complicada já basta a mudança».2. Voltamos a lembrar que o Ciberdúvidas também se encontra no Facebook, com uma selecção dos conteúdos aqui diariamente actualizados....
Aprender português no Senegal
1. No Senegal, o português torna-se notícia, porque, em comparação com outros países, tem aí um estatuto privilegiado: é estudado desde cedo, no ensino médio, secundário e superior. Informação mais desenvolvida nas páginas do sítio do Instituto Camões.
2. Decorre na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, durante o mês de Julho de 2011, o curso de Verão Léxico e Dicionários. O programa pode ser consultado aqui.
3. O lugar de honra vai para a ortografia nas novas respostas do consultório, que abrangem ainda...
Programar as férias... que tal um curso?
1. Estão abertas as inscrições para o curso de Verão Análise linguística de textos literários, orientado pela Professora Helena Topa Valentim, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.2. Como se ensina a escrever? Quais os métodos mais eficazes e menos onerosos? São estas as perguntas de investigação a que Silvia M. Gasparian Colello tenta responder em Textos em Contextos - Reflexões sobre o Ensino da Língua Escrita, da editora Summus (Brasil).3. A emissão do programa Cuidado com a Língua! de 11 de...
Tendência(s) do uso do léxico
1. As tendências ditam a moda, universo da aparência que vive em (e de) constante mudança, criando o mito ilusório de uma certa arte efémera que se debate incansavelmente contra o (re)conhecido como padrão numa sociedade consumista que valoriza a imagem. Talvez por influência deste movimento pró-novidade que banaliza as variações que vão surgindo, a língua portuguesa tem sentido sinais de novas tendências que procuram afirmar-se pela frequência do uso, negligenciando a norma como peça ultrapassada. Por isso, de tanto...
Neologia da crise
1. No Pelourinho, Paulo J. S. Barata comenta a estranha formação de "greciarizar" (em vez de grecizar), neologismo efémero mas bem elucidativo destes tempos de crise em Portugal.2. «A língua portuguesa é, sem dúvida alguma, uma língua particularmente harmoniosa e musical» — disse Alberto d´Oliveira (1876-1940), escritor e poeta português, num texto divulgado na rubrica Antologia.3. Assinale-se a publicação de um novo número da Revista Lusófona da Educação (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias), que conta...
Irregularidades linguísticas
1. Porque se debatem os falantes portugueses com dúvidas sobre a pronúncia das vogais em sílabas átonas, enquanto quem fala português brasileiro nem sonha com tais perplexidades? A explicação tem que ver com numerosas excepções à regra do vocalismo átono do português europeu, muitas delas só aprendidas durante o processo de escolarização, assim se entendendo, por exemplo, que colite não se pronuncie "culite", mas, sim, "còlite", com ó aberto. A fonética e a fonologia são, portanto, um tema em foco nas novas respostas do...
