Na sequência do convite dos professores Alexandra Batalha, José Cunha e Carlos Rocha, da Escola Secundária Cacilhas-Tejo, Ana Sousa Martins teve a oportunidade de orientar um workshop sobre as potencialidades da Ciberescola da Língua Portuguesa. As reações dos professores foram realmente gratificantes.
Como sistema vivo que é, a língua depara-se constantemente com o conflito de duas forças igualmente poderosas: a da inovação, que apela à ousadia de integrar novidades, e a da conservação, que, contra-regrando a primeira, garante a unidade do idioma, privilegiando a norma e atuando como modelo da comunidade linguística.
Atento a esta realidade, Paulo J. S. Barata aponta o estranho uso do verbo realizar por perceber/entender/compreender, que já encontra acolhimento em dois dicionários, concluindo que: «o facto de os dicionários registarem por vezes formas abastardadas, ortográfica ou semanticamente, como é o caso, não as cauciona necessariamente na perspetiva da norma culta.»
Sinal evidente da presença destas duas forças são as respostas da atualização do Consultório: o aportuguesamento de nomes estrangeiros, a manutenção (trava-línguas e correlação) ou a alteração na grafia fruto do Acordo Ortográfico, o emprego do itálico, a entrada de novos termos no léxico, a consciência da riqueza linguística geradora de palavras divergentes e o valor das palavras.
Talvez devido à necessidade de se estabelecer a distinção de sentidos que as palavras permitem, os falantes vão procurando introduzir formas (nem sempre corretas) como tentativa para evitarem equívocos, quantas vezes geradores de situações problemáticas.
A introdução de outras pronúncias, a procura de alternativas às formas de tratamento e a criação de novas palavras tornaram-se casos recorrentes no uso da língua.
Há um argumento imbatível na hora de optar pelo livro em papel ou pelo livro eletrónico: a gratuitidade de acesso a todas as obras que possuem a devida licença por parte dos titulares dos direitos autorais ou que se encontram em domínio público. Assim, a Universia Brasil, maior rede ibero-americana de colaboração universitária, presente em 23 países, separou 50 obras clássicas de autores portugueses e brasileiros que estão disponíveis para descarregamento grátis através da biblioteca Domínio Público, do Ministério da Educação — Brasil.
O Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, será o primeiro destino da exposição Jorge, Amado e Universal, a propósito do centenário de nascimento do escritor baiano. A exposição estará aberta ao público a partir do dia 27 de março. Depois de São Paulo, a exposição segue para Salvador, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília e Buenos Aires.
O Coletivo para a Defesa do Ensino do Português no Estrangeiro, criado para contestar os cortes na rede de professores de português na Europa, levou a cabo, no passado dia 14, uma manifestação em frente à embaixada de Portugal em França.
O Instituto Camões anunciou no final de 2011 que iria reduzir, até janeiro, 49 postos de trabalho de professores de português da rede no estrangeiro, sobretudo em França (20), Suíça (20) e Espanha (9).
Os que se insurgiam contra a omnipotência do inglês ficam agora a saber que o chinês está rapidamente a aumentar a sua posição como língua franca. Por sua vez, segundo informação não fidedigna que corre na Internet, a China tem mais falantes de inglês do que os EUA — ainda que com graus de proficiência bem diferentes, naturalmente. «É que o inglês, neste momento, não é uma língua estrangeira. O inglês é a língua de comunicação internacional. Pela primeira vez (é também a língua da troika), é a língua que é falada nos negócios, na ciência, é a língua que é falada no turismo, é a língua em que tailandeses e chineses discutem negócios, e russos também, e a Coreia do Norte também», sublinha o ministro da Educação português, Nuno Crato.
O Diário Digital noticia que são cada vez mais os empresários portugueses que procuram cursos intensivos de chinês na Universidade de Lisboa.
Paralelamente, a Fundação Oriente vai deixar de subsidiar a Escola Portuguesa de Macau a partir de 2012. Carlos Monjardino, presidente da fundação, refere que uma instituição privada não deve continuar a subsidiar uma escola pública.
O Gabinete de Avaliação Educacional (Gave) acaba de publicar os relatórios sobre as provas de aferição de Matemática e Língua Portuguesa do 1.º e 2.º ciclos realizadas pelos alunos do 4.º e 6.º anos em 2011 em Portugal.
Na prova de Língua Portuguesa, realizada pelos alunos do 4.º ano do 1.º ciclo, a "Leitura" é o domínio que apresenta a percentagem mais alta, com 56% dos alunos a obterem um máximo de sete respostas corretas num total de onze itens avaliados. "Expressão Escrita" aparece do outro lado, ou seja, como a área com resultados mais baixos com uma média global de 34% de respostas totalmente corretas. O "Conhecimento Explícito da Língua" apresenta uma percentagem média global de 58% de respostas totalmente corretas.
Muito trabalho há a fazer, portanto.
No seu 15.º aniversário, assinalado neste dia, 15 de janeiro de 2012, o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa agradece aos seus consulentes, colaboradores e patrocinadores – nomeadamente à Fundação Vodafone Portugal e à Universidade Lusófona, cujo apoio é tão determinante para a continuação do serviço que presta, universal e gratuito.
Em tempo de crise – nacional, europeia, global –, a língua portuguesa é, seguramente, o único ativo não sujeito às flutuações das agências de notação e a nossa maior multinacional.
No intuito de incentivar o gosto pela leitura e pela escrita de poesia, o Plano Nacional de Leitura e o Centro Cultural de Belém, numa iniciativa conjunta, convidam todas as escolas de Portugal, públicas ou privadas, do 1.º ciclo ao ensino secundário, a participar no Concurso de Poesia Faça Lá Um Poema.
O concurso decorre entre janeiro e março de 2012 e terá a sua final no dia 24 de março de 2012. Nesta data, celebra-se, no Centro Cultural de Belém, o Dia Mundial da Poesia.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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