A obra publicada de Machado de Assis passou a estar toda reunida numa só página. Dito de outra maneira, a Biblioteca Digital do Ministério da Educação brasileiro e o Núcleo de Pesquisa em Informática, Literatura e Linguística (NuPILL) da Universidade Federal de Santa Catarina juntaram esforços para «apresentar uma edição que se pretende a mais completa possível», a partir de três edições das obras de Machado de Assis, além de publicações esparsas lançadas, sobretudo, no centenário da morte do escritor. A nova compilação visa substituir aquela que fora feita pelo Ministério da Educação, mas que continha lacunas e imperfeições.
O valor e a dimensão da língua portuguesa na Internet estão em análise a partir deste dia até 26 de abril no 3.º Colóquio Internacional da Língua Portuguesa, organizado pelo Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), em parceria com a Unilab (Universidade de Integração da Lusofonia Afro-Brasileira) e o Conselho Nacional de Educação, em Guaramiranga, no estado do Ceará (Brasil).
«Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões», exterioriza, cantando, o músico e letrista brasileiro Caetano Veloso no belo poema/canção Língua. Língua de Camões, «última flor do Lácio», «Sambódromo, Lusamérica, latim em pó», madre língua portuguesa, formas poéticas de aquém e de além-mar para se designar o mesmo: a língua portuguesa, idioma de todos quantos os que o sentem como seu, como língua oficial ou natural, enriquecido pela diversidade de sons e de tons, de cores e de sabores dos universos onde se enraizou.
Sem se libertar da norma, o português destaca-se como língua aberta às realidades do uso, permitindo a ocorrência de várias formas verbais (tendo em conta o seu valor e desde que concordando com os respetivos sujeitos), mas exigindo a precisão do léxico adequado, espraiando-se em simbólicos pleonasmos e metáforas dos discursos literários.
«Todo mundo aceita que ao homem/ cabe pontuar sua vida», mensagem com que inicia o texto Questão de Pontuação, do poeta brasileiro João Cabral de Melo Neto, evidenciando a pertinência e a simbologia dos sinais de pontuação. Como códigos gráficos que procuram suprir a carência dos recursos melódicos e rítmicos da língua falada, os sinais da pontuação são determinantes na escrita. Por estarem destinados a reconstruir as pausas e as entoações do discurso oral, a ocorrência da vírgula e dos dois-pontos é matéria de muitas dúvidas entre os que se servem da escrita.
Outro motivo de pausa na escrita é a ortografia, as questões sobre a grafia das marcas estrangeiras e do uso de maiúsculas/minúsculas nas designações dos factos históricos. A análise de casos particulares com valor imperativo e da especificidade da linguística são, também, temas das respostas deste dia.
O uso correto dos pronomes implica não somente o conhecimento do seu sentido — a que(m) se referem —, como também o domínio dos casos particulares da sintaxe dos verbos e, naturalmente, uma análise do tipo de construção frásica. Tal como tantas outras áreas linguísticas, esses são alguns dos inúmeros aspetos determinantes para a elaboração de um texto sem mácula, ou, antes, de qualquer tipo de discurso (oral ou escrito, do correio eletrónico ou da correspondência formal). São estes são os temas das respostas deste dia.
A história das palavras, sobretudo a dos topónimos, e as particularidades que se associam aos nomes próprios são tema recorrente das perguntas que chegam ao consultório do Ciberdúvidas. Mas não menos frequentes são as questões sobre o pronome adequado a determinada construção frásica e as funções dos constituintes em que estejam integrados, domínios que fazem parte das respostas deste dia.
A Internet é, cada vez mais, um meio de aproximar pessoas e culturas e vai servir de meio de suporte para a terceira edição do Colóquio Internacional da Língua Portuguesa, a realizar entre 23 e 26 de abril, no estado do Ceará, no Brasil. Este evento, organizado pelo Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), organismo da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), será transmitido ao vivo através da Internet.
Se pegarmos nas palavras de Bernardo Soares — «Aquele movimento hierático da nossa clara língua majestosa, aquele exprimir das ideias nas palavras inevitáveis» (Livro do Desassossego) —, em que é notório o apreço pelo idioma, não temos dúvidas do peso de cada termo que usamos. Por isso, trocar-se uma palavra por outra, sobretudo, se dela implicar o (des)respeito por outrem, provocando danos, ganha a dimensão de pecado grave, como bem analisa o jornalista Wilton Fonseca no texto publicado em Pelourinho.
Ficam em linha sete respostas sobre a construção e a análise do discurso, a sintaxe e o léxico, temas reveladores das preocupações linguísticas com que os falantes se debatem.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações