1. Dos pontos de vista sintático, semântico ou lógico, encontra-se alguma razão para considerar a sequência «na medida do possível» melhor do que «na medida possível»? Não, mas a preferência pela primeira deve-se à sua cristalização histórica, como é característica das expressões fixas, comportando-se globalmente como uma palavra. É este o contexto de uma das novas perguntas do consultório, nas quais se inclui uma questão afim, a da relevância da análise sintática das locuções «além disso» e «além do mais». Outra dúvida: escreve-se «região Norte», ou «região norte»? Finalmente, regressa a etimologia dos topónimos: donde virão nomes de lugares como Murgido, Gião e Soleiro, situados no norte de Portugal? Ainda sobre topónimos, e respeitante ao que aqui se recomendou para grafia aportuguesada de Zica (nome prório)/zica (substantivo comum), na rubrica Correio respondemos a esta contestação que nos chegou pelo Facebook do Ciberdúvidas: «Se [com o Acordo Ortográfico] o k faz parte do nosso alfabeto, o mais lógico era escrever-se Zika (para além do mais, esta palavra é um nome próprio).»
2. A presença da língua portuguesa em África é significativa, seja nas variantes cada vez mais nacionais dos países que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), seja por via da presença da emigração história, lusitana e moçambicana, sobretudo na África do Sul. Mas falta quase tudo o que devia acontecer: intercâmbio cultural, política do livro, tradução, esteio que interligasse as singularidades nacionais dos países da CPLP na sua articulação com o francês, o inglês, os crioulos e as línguas nacionais. São estes os aspetos debatidos no Língua de Todos de sexta-feira, 5 de fevereiro (às 13h15* na RDP África; tem repetição no sábado, 6 de fevereiro, depois do noticiário das 9h00*), em conversa com o professor Paulo Serra, leitor do Instituto Camões no Botsuana.
3. Abriram as inscrições para o programa O Ser e Saber da Língua Portuguesa 2016 – Curso de Verão em Portugal, organizado pelo Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) de Macau, com o apoio do Instituto Português do Oriente (IPOR). O programa de formação visa enriquecer os conhecimentos dos estudantes do ensino superior de Macau sobre a língua e a cultura portuguesas, aumentar o seu interesse na aprendizagem do português, reforçar a competência linguística destes estudantes e promover a formação de quadros bilingues qualificados, bem como desenvolver a singularidade de Macau na fusão entre o Ocidente e o Oriente. O programa Páginas de Português de domingo, 7 de fevereiro (pelas 17h00*, na Antena 2), dá relevo a esta iniciativa, numa entrevista ao presidente do IPOR, João Laurentino Neves.
* Hora oficial de Portugal continental.