1. Artur Agostinho não foi um homem da língua portuguesa, mas foi um emérito seu cultor, nomeadamente na especialidade radiofónica que lhe deu primeira e maior projecção profissional: o relato desportivo. Na excepcional voz com que a natureza o dotara, mas, acima de tudo, no ritmo, na vibração de narração e na riqueza e na criatividade vocabulares, como raros se lhe compararam naquele que é considerado o mais difícil domínio de um locutor de rádio. E, num meio hoje tão empobrecido e inquinado pelo pior “futebolês”, a língua portuguesa fica para sempre a dever-lhe expressões tão sugestivas como «bola ao sabor da relva», «no enfiamento da área» ou «cruzamento largo e tenso». O seu amor pela língua portuguesa ficou ainda para sempre registado na participação — e no especial gosto que fez disso — num programa da actual 7.ª série do magazine Cuidado com a Língua!, representando o papel de alfarrabista, ele que também foi um talentoso actor.
2. No consultório, seis novas respostas esclarecem questões sobre léxico, onomástica, discurso relatado e ortografia. Uma selecção das actualizações diárias do Ciberdúvidas encontra-se também no Facebook.