Nunca os contei, mas podemos falar de alguns dados, curiosos. No Brasil não há a vogal que em Portugal se chama e mudo, assim chamada porque muitíssimas vezes não se pronuncia (caso contrário, tem um som muito fechado, mais do que o â, existente, com pequenas diferenças, no romeno, no russo e no turco, por exemplo).
Em português europeu, a não ser dialectadamente, já não se usa o ditongo que se ouve em bem, pronunciado à brasileira (ei, com til no e), transformando-se sempre em -ãe, igual ao de mãe.
A contagem varia de foneticista para foneticista, mas não deixa de ser interessante que as diferenças de pronúncia, correspondentes à ortografia, das variantes lusitana e brasileira, no português europeu apresentam o dobro das complicações, no sentido de as combinações alfabéticas terem muito mais numerosas equivalências sónicas.
O que acima se diz pode ser verificado na obra do professor suíço Dr. Max Mangold «Aussprachelehre der bekannteren Fremdsprachen» (= Ensino da Pronúncia das Línguas Estrangeiras mais Conhecidas), Mannheim, 1964.