As sequências «por sobre» e «por sob» não são preposições, mas, sim, pares de preposições. Com «por sobre», pretende-se marcar a noção de «por cima de um objeto ou de uma superfície, ao longo de toda a sua extensão». Depreende-se que «por sob» signifique «por debaixo de um objeto ou da sua superfície».
A associação de por a sob poderá ser mais rara que «por sobre», porque sob não é preposição com grande frequência, até porque é praticamente parónima de sobre. Contudo, é uma associação de preposições possível e legítima em certos contextos, ocorrendo já em textos menos recentes: «E pela vez primeira, depois de cinquenta anos de aridez, uma lágrima breve escorregou no carão da Titi, POR SOB os seus óculos sombrios» (Eça de Queirós, A Relíquia, in Corpus do Português, de Mark Davies e Michael Ferreira).