O substantivo feminino garimpa está atestado em diversos dicionários. Segundo o Dicionário Eletrônico Houaiss (2001), este substantivo é um regionalismo de Portugal que significa «armadilha para pássaros, gaiolo; indivíduo bem falante; ato, dito ou modo de fanfarrão, fanfarrice, arrogância». Segundo a mesma fonte, é variante de grimpa, «lâmina móvel de um cata-vento, ger[almente] metálica, que, no alto de torres, casas etc., gira em torno de um eixo vertical e se destina a indicar a orientação do vento» (por extensão semântica, «a ponta, o cume de qualquer coisa»; e, em sentido figurado, «sentimento de orgulho; soberba, pretensão, imodéstia»). A forma grimpa é palavra derivada de grimpar, «galgar, escalar, elevar», que é adaptação do «fr[ancês] grimper (1495) "id.", f[orma] nasalizada de gripper (sXIV) 'id.' (com infl[uência]. de ramper "rastejar"), do frânc[ico] *grîpan, "apanhar, agarrar, prender, colher" [...]». Refira-se a expressão idiomática «levantar a grimpa», usada no sentido de «ensoberbecer-se, reagir com arrogância», conforme se regista no Dicionário de Expressões Correntes (Lisboa, Editorial Notícias, 2000), de Orlando Neves. Também se atesta o uso desta expressão com a variante garimpa: «[...] nenhum nobre ousou levantar mais a garimpa [...]» (Miguel Real, A Voz da Terra, Lisboa, Leya, 2012, edição eletrónica).