Em nome do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, agradeço as suas palavras calorosas.
Sabemos que, no português do Brasil, a colocação do pronome é tendencialmente proclítica. Só o registo formal é que parece dar oportunidade a outras colocações cujas regras não são claras e estão muitas vezes dependentes de certos usos literários, nem sempre de acordo com o uso contemporâneo.
No caso do português de Portugal – trabalhamos em Portugal e falamos/escrevemos português de Portugal –, a situação é diferente, porque em frase declarativa afirmativa ou em frase interrogativa não negativa a colocação é geralmente enclítica («respondemos-lhe»). Ora, quando se usa um verbo pronominal no futuro do indicativo ou no condicional (o futuro do pretérito na terminologia gramatical brasileira), razões históricas impõem a mesóclise, que, embora pouco produtiva na oralidade informal, ainda vigora na escrita e no discurso oral formal.
Tudo isto para dizer que, em Portugal, a mesóclise no meio de uma frase ou oração estará perfeitamente correta, se essa frase ou essa oração não forem negativas e se os verbos respetivos não forem precedidos de advérbios que os modifiquem (nunca, sempre, ainda, já, entre outros). É, portanto, este o caso da frase «os nossos especialistas e consultores responder-lhe-ão o mais depressa possível» – nem é frase negativa, nem o seu verbo vem antecedido dos advérbios que mencionámos.
Resta observar que a descrição que lhe apresentamos é a situação presente do funcionamento do português de Portugal. Não é de excluir que a intensificação do contacto com o português do Brasil e com as variedades africanas leve a modificar os padrões de ocorrência dos pronomes. Sobre este assunto, sugerimos que consulte os Textos Relacionados.