No momento em que se escreve esta resposta, existem várias palavras relativas ao uso do cigarro eletrónico, mas nenhuma se encontra dicionarizada, o que não admira, dado tratar-se de um dispositivo recente.
Está, por exemplo, atestada a forma vapear1, que deve ter sido tomada do espanhol vapear. Note-se, porém, que, do ponto de vista da norma espanhola (ver página do Fundéu – Fundación del Español Urgente), se considera que vaporear é forma mais adequada, pelo facto de já há muito se encontrar registada na aceção de «exalar vapores», significado que pode abranger o de «exalar o vapor produzido por cigarros eletrónicos». No entanto, há também quem use em português o termo inglês vaping, de to vape, «aspirar o vapor produzido por cigarros eletrónicos», que está também na base da derivação de vaper, «utilizador de cigarros eletrónicos». Todos estes termos ingleses terão surgido em 2013, depressa ganhando uso corrente, com impacto internacional (cf. informação em inglês no arquivo Buzzword do Dicionário MacMillan).
Voltando ao português, pergunta-se: que forma usar? Muito dependerá da popularidade deste processo de (não) fumar e do uso das suas denominações, mas, tendo em mente os exemplos espanhóis (vapear e vaporear), torna-se possível criar com base na forma inglesa vape a palavra vapear, ou, ainda, "vapar", que não se encontra atestada. O espanhol vaporear encontra o correspondente português vaporar, que, ainda assim, é um bom candidato a designar esta moda, porque já há muito se encontra registado nos dicionários, na aceção de «exalar (vapores, fragrâncias etc.); recender» (Dicionário Houaiss).
Quanto à tradução do vaper, é aceitável a forma vapeador, mais uma vez com base em vapear, mas, estando vaporar disponível, porque não vaporador? Só não se sugere vaporizar nen vaporizador, porque significam, respetivamente, «converter(-se) em vapor» e «aparelho ou mecanismo que converte alguma coisa em vapor» (cf. Dicionário Houaiss) – o que não é o caso.
1 Ver "O triunfo do vapor", no Notícias Magazine de 16/06/2014, e comentário no blogue O Linguagista, de Helder Guégués.