Na conjugação do verbo fazer, a forma faz corresponde quer à terceira pessoa do singular do presente do indicativo (como em «O João faz o jantar»), quer à segunda pessoa do singular do imperativo («João, faz o jantar»). A forma verbal faze, de natureza culta, é, por sua vez, a segunda pessoa do singular do imperativo do verbo fazer, frequente, por exemplo, em romances do século XIX e dos primeiros decénios do século XX: «Ó minha querida Senhora do Patrocínio, faze que a Adelinha goste outra vez de mim!» (Eça de Queirós, A Relíquia, in Corpus do Português, Mark Davies e Michael Ferreira). Esta dualidade morfológica no modo imperativo está presente em verbos em que a consoante fricativa z aparece no final do radical verbal, como: trazer, dizer, introduzir, reduzir, jazer, aprazer, etc.. No entanto, «costumam perder o -e na 2.ª pessoa do singular do imperativo afirmativo os verbos dizer, fazer, trazer e os terminados em -uzir: dize (ou diz) tu, faze (ou faz) tu, traze (ou traz) tu, aduze (ou aduz) tu, traduze (ou traduz) tu» (Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, p. 389, 2002).