O verbo chegar, que denota movimento direcional (tal como entrar, sair, partir), aceita a omissão do seu complemento oblíquo, de valor locativo, numa situação de enunciação que permita depreender a identificação desse locativo (cf. Gramática do Português, da Fundação C. Gulbenkian, vol. II, p. 1163 e 1208). Assim acontece com a frase «ela chegou à escola», que no contexto situacional adequado (numa escola) pode assumir a forma «ela chegou». Quanto a «esta manhã», trata-se de um grupo nominal que é modificador (de valor temporal) do grupo verbal (na terminologia tradicional, dizia-se que era um complemento circunstancial; na terminologia brasileira e entre vários gramáticos portugueses, diz-se que é um adjunto adverbial).
Deste modo, é adequada a proposta de didatização da consulente, porque chegar efetivamente alude a uma localização espacial marcada por um complemento oblíquo, que, não obstante, pode estar omisso devido às propriedades semânticas e pragmáticas do verbo que o seleciona.