Segundo o Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, não há consenso relativamente à origem do topónimo Alqueirão, muito frequente em Portugal e na Galiza – com a forma de Alqueidón (Corunha). David Lopes, na Revista Lusitana (24.º, p. 263), defende que a etimologia de Alqueirão «deve ser alq(u)eddan(e), com ditongação de e em ei, e passagem de -an(e) em ão, segundo é de regra».
Por sua vez, Dozy, em Supplement II, aponta duas outras origens e fundamenta-as com várias fontes. Por um lado, identifica o nome Alqueirão «com o tufo calcário, sendo uma espécie de pedra calcária esbranquiçada e branda que endurece ao ar e, por isso, se emprega nas edificações, sobretudo usada nas abóbadas, escadas, etc., por causa da sua fraca densidade, [indicando que] em Fez há um sítio com este nome». Por outro lado, considera que se pode pensar noutro étimo, «alq(u)etuen(e), aparentemente mais aceitável, que significa, na África do Norte, “tenda” e também “acampamento”, [lembrando que] nos Anais de Arzila II (p. 233), aparece na forma alcaiatão (o a depois de i está a mais), “tenda de viagem”». No entanto, Dozy considera ser preferível, pela sua significação, o 1.º étimo.
Note-se que há registo deste topónimo desde o séc. XIII: Alqueidom, em 1258; Alqueidam, em 1352; em 1527, Alqueydam. É de referir que Alqueirão parece ter merecido especial simpatia de Gil Vicente, porque o cita várias vezes nas suas peças de teatro.
Relativamente a Espinheiro – topónimo frequente em Portugal, no Brasil e na Galiza –, tem origem no nome/substantivo comum espinheiro, que, por sua vez, deriva «do latim -spinarium (<spina, “espinho”)» (idem).
Tratando-se Alqueidão e Espinheiro de topónimos frequentes em Portugal, estranha-se que não tivéssemos encontrado qualquer alusão a estes dois nomes em Antroponímia Portuguesa, de J. Leite de Vasconcelos, obra de referência que se debruça sobre a origem dos nomes próprios portugueses (antropónimos e topónimos).