Agradecemos a sua observação. São todas sempre bem-vindas, desde que sejam corteses. A sua até é mais do que isso, na gentileza com que me considera.
A ide[é]ia que eu tinha na aplicação do termo virtualidades era o de potencialidades. Ora, nos dicionários é justamente esta uma das acepções da palavra (ex. Houaiss: «o presente traz no seu bojo as virtualidades do passado»). Como sabe, presentemente por metonímia aplica-se o termo virtualidade também àquilo cuja existência é só virtual (ex. Houaiss: «a sua propalada bondade era mais virtual que palpável»). No entanto, esta acepção, embora presentemente muito divulgada, devido às aplicações informáticas, não anula a outra, com o sentido de latente.
Por outro lado, a ide[é]ia que faço da palavra virtuosidade está ligada ao virtuosismo, talento de artistas executantes, sobretudo quando aplicada à música. É também este o sentido que lhe dão os dicionários.
Assim, lastimo discordar do seu parecer. Insisto em dizer que a nossa língua tem muitas virtualidades; e acrescento: que têm sido aproveitadas com virtuosidade por alguns bons escritores das oito pátrias da nossa comum língua.
Ao seu dispor,