Miguel Esteves Cardoso - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Miguel Esteves Cardoso
Miguel Esteves Cardoso
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Nasceu em Lisboa em 1955. É doutorado em Filosofia Política, pela Universidade de Manchester, Inglaterra. Desde 2009 escreve diariamente no Público e, em 2013, passou a ser autor da Porto Editora, a quem confia a obra inteira. Publicou entre outros: A causa das coisas (1986), O amor é fodido (1994), A vida inteira (1995), Explicações de Português (2001). Mais aqui e aqui.

CfAs Expressões Idiomáticas na Língua e no Discurso — Um Olhar sobre as Crónicas de Miguel Esteves Cardoso

 
Textos publicados pelo autor
Como Escrever
Por Miguel Esteves Cardoso

Com chancela da Bertrand Editora, Miguel Esteves Cardoso (MEC) publicou, em julho de 2024, Como Escrever, obra que oferece conselhos práticos sobre a escrita, numa abordagem reflexiva e pessoal. 

Efetivamente, a obra em causa é uma reflexão profunda e prática sobre o ato de escrever. Com o humor e a irreverência que caracterizam o autor, a obra vai além de conselhos formais, convidando o leitor a abraçar a escrita como um processo criativo, quase terapêutico, que não deve ser reprimido pela busca incessante da perfeição – «para escrever, é preciso esquecer a questão da qualidade» (pág. 16) – ou por padrões imposto. MEC enfatiza que o tédio, muitas vezes temido, é na verdade uma ferramenta essencial para gerar ideias, e incentiva os leitores a estarem sempre prontos para capturá-las, seja com papel e caneta ou através de meios digitais.

O autor reforça, na obra, a importância de a escrita ser uma prática constante e pessoal, dissociada de qualquer pressão externa, como a opinião alheia ou mesmo o mercado editorial. Segundo ele, os aspirantes a escritores não devem procurar inspiração em leituras externas, pois «o mal vem de copiar modelos feitos e impostos por outras pessoas, tidos por corretos ou desejáveis» (pág. 12). Além disso, critica os conselhos tradicionais, afirmando que «quando olho para os conselhos que se dão a quem quer escrever, parecem-me todos excelentes conselhos para nunca mais escrever nada na vida. Um desses conselhos é “ler, ler, ler” ou, pior ainda, “ler os bons autores”» (pág. 113). A verdadeira ch...

Eram três brasileiras e um português
A língua portuguesa em liberdade

«Não é só o português que os brasileiros falam — musical, gracioso, sexy, humorístico, brincalhão, metediço, encantador — mas a maneira como eles vão construindo a língua à medida que falam, como se tivessem vindo do dentista e, estando a passar a anestesia camoniana, se pusessem a explorar a língua e o interior da boca, para ver onde se consegue meter, para descobrir até aonde pode ir.» 

Crónica do escritor português Miguel Esteves Cardoso, transcrita, com a devida vénia, do jornal Público, do dia 19/11/2023. Texto escrito segundo a norma ortográfica de 1945.

Sonhos macaronésios
O nome geográfico Macaronésia

«Não sei como se chegou ao nome Macaronésia. Será o M de Madeira, A de Açores, C de Canárias e A de Abo Verde? Ou Ma de Madeira, C de Cabo Verde e Canárias, e A de Açores? Ou M de Madeira, A de Açores e CA de Canárias e Cabo Verde?» – interroga-se humoristicamente o escritor e jornalista Miguel Esteves Cardoso em crónica incluída no jornal Público em 12 de abril de 2023. Mantém-se a ortografia do texto original.

Os aldrabões sem nome
A tradução do inglês fraudster

«A fraude é um plano maquiavélico de longo curso e o indivíduo desprezível que o põe em prática precisa de um substantivo só para ele. Que tal embusteiro? Ou "'banhista' da cobra"?»

Crónica de Miguel Esteves Cardoso incluída no jornal Público em 18 de janeiro de 2023. Transcreve-se com a devida vénia o texto original, mantendo a ortografia de 1945 em que está escrito.

Como ser <i>bully</i> em português?
Um problema de tradução

 «[Para traduzir bullying] gosto de humilhação e de «humilhação coerciva». Amesquinhamento também é bom. Ou aviltamentoAvacalhamento pode funcionar. Ou subordinação. Ou apequenamento. E que tal desdignificação

Crónica do escritor Miguel Esteves Cardoso à volta da (difícil) tradução do termo inglês bullying. Texto incluído no jornal Público em 20 de janeiro de 2023 e aqui transcrito com a devida vénia, mantendo a ortografia de 1945, conforme o original.