Para se pronominalizar a frase, teremos de substituir a expressão «os clientes [que chegaram mais tarde]» — que tem a função de complemento direto — pelo respetivo pronome pessoal (forma do complemento direto) os, cuja «posição lógica, normal, é a ênclise (depois do verbo)» (Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Sá da Costa, 2002, p. 310), estando ligado a ele por hífen.
No entanto, como se trata de um caso em que a forma verbal (atendestes) termina em -s, «suprime-se esta consoante, e o pronome assume a modalidade los» (idem, p. 280).
Assim, a frase pronominalizada tem a seguinte forma reduzida:
«Vós atendeste-los, não foi?»
Mas, se se quiser evidenciar o facto de se tratar especificamente dos «clientes que chegaram mais tarde», deverá incluir-se essa informação, mas introduzida, por sua vez, pelo pronome demonstrativo os [= aqueles, referente a «os clientes»], ficando a frase do seguinte modo:
«Vós atendeste-los, os que chegaram mais tarde, não foi?»
Nota: Se a frase estivesse na forma negativa, se fosse introduzida por um pronome ou um advérbio interrogativo, iniciada por palavras exclamativas ou por orações que exprimissem desejo, ou se se tratasse de uma oração subordinada ou, ainda, de um caso com um gerúndio precedido da preposição em, o pronome deveria ser colocado antes do verbo (posição proclítica). Como por exemplo:
«Não/nunca os atendestes, não foi?»
«Quem os atendeu?»
«Quando os atendestes?»
«Porque os atendestes?»
«Como os atendestes?»
«Em os atendendo...»