1. A língua é um sistema em aberto e está sempre em elaboração. A língua não é um produto nem um instrumento, é uso. É falada por indivíduos de regiões, profissões e estratos sociais diferentes, situações diferentes — e épocas diferentes.
2. A linguística estruturalista europeia recorreu ao prefixo dia- (que significa ao «longo de», «através de») e produziu diferentes termos para designar estes tipos de variações:
— diatopia/variações diatópicas (em função das diferenças geográficas/regionais);
— diafasia/variações diafásicas (em função da situação em que se encontram os interlocutores);
— diacronia/variações diacrónicas ( dia + kronos, «tempo»).
3. Variação diacrónica ou histórica
Porque é que nos custa tanto a ler um texto da época medieval?
A razão de ser destas perguntas permite verificar que a língua portuguesa — e qualquer língua — apresenta diversas manifestações ao longo do tempo. Cabe à Linguística Histórica o estudo deste tipo de variação.
Estas mudanças nunca são bruscas, havendo geralmente um período de transição entre um estádio e outro.
As mudanças diacrónicas podem ocorrer:
— no som/pronúncia;
— nos padrões de estruturação da frase;
— ao nível dos significados;
— pela introdução de novas palavras (neologismos e estrangeirismos).
Factores de variação:
— internos à língua (pelo desaparecimento de oposições que não se revelem funcionais; pela prevalência do princípio da economia, que tende a eliminar redundâncias; pela introdução de novos elementos com a função de tornarem a comunicação clara/não ambígua);