O verbo confrontar rege a preposição com e, na aceção de «ver-se obrigado a lidar com uma situação indesejável por não a poder evitar; fazer frente a uma tarefa, um problema, uma dificuldade» (dicionário da Academia das Ciências de Lisboa), usa-se com o pronome se (confrontar-se) ou admite uma construção de caráter passivo (ex.: «nunca antes se vira confrontado com tal problema», idem). Este uso parece pressupor a possibilidade de o verbo ocorrer na voz ativa («alguém confronta alguém com algumas coisa»), assim legitimando as seguintes frases: «...confrontou a enfermeira com o desaparecimento de cheques e dos saques...» ou «...confrontou a enfermeira com o facto de haver cheques desaparecidos e saques injustificados [ou: inexplicados] na sua conta bancária».
Contudo, há quem sustente que o emprego de confrontar em tais frases reflete a simples transposição semântica do inglês to confront e não é de recomendar, pelo que, em seu lugar, devem ser usados outros verbos, com outras construções: «...e interrogou a enfermeira/pediu satisfações/explicações à enfermeira sobre os cheques desaparecidos e os saques injustificados em/na sua conta corrente» (exemplos do consultor Luciano Eduardo de Oliveira).