Não há uma fronteira semântica nítida entre os sufixos -dor, -douro e -tório, porque eles coincidem em parte das respectivas significações. Na Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra (pág. 99), os sufixos -douro e -tório formam nomes que designam «lugar ou instrumento da acção; mas alguns nomes formados com o sufixo -dor também podem assumir o valor de «instrumento da acção»: regador, interruptor (ibidem). Além disso, Evanildo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa, Rio de Janeiro, Editora Lucerna, 2002, pág. 358) inclui os sufixos -tor, -dor, -sor e -or como formador de nomes não só de agente (narrador), mas também de instrumento e lugar (p. ex., corredor). Não vejo, portanto, impedimento para o uso dos termos em -dor que o consulente aponta e sobre os quais tem reservas. Quanto à produtividade de -dromo no português do Brasil, não vejo porque há-de este sufixo ser condenado. As palavras que se formam com ele mostram que -dromo é já um elemento de formação que se desligou da sua origem grega para assumir o sentido geral de «espaço de uso colectivo». Por outro lado, como falante de português europeu, reconheço que, em Portugal, os nomes brasileiros acabados em -dromo que são mencionados na pergunta teriam problemas de aceitabilidade. Assim, não me cabe a mim intervir na avaliação de um uso que é sobretudo da competência de quem define a norma do Brasil.