A consulente tem razão sobre o uso do adjetivo ribeirinho/a para indicar «que ou o que vive junto de ribeiras e rios» (Dicionário Houaiss) ou que está «situado nas margens de um curso fluvial» (Dicionário Priberam). Para indicar uma população situada perto do mar, junto à costa, poderemos usar o adjetivo litorâneo (pouco comum no português europeu) ou litoral.
1) «A faixa litorânea do Rio de Janeiro é bela.»
2) «A faixa litoral de Setúbal é bela.»
Contudo, para referir um país ou um Estado, o adjetivo mais comum — e com registo nos corpora do CetemPúblico e CetemFolha — é costeiro, tal como surge nas seguintes frases retiradas dos jornais Folha de S. Paulo (Brasil) e Público (Portugal).
1) «Das 12 até às 200 milhas, é a Zona Económica Exclusiva (ZEE) sobre a qual um Estado costeiro continua a ter direitos soberanos [...].»
2) «O ataque ocorreu em Vakarai, no distrito costeiro de Batticaloa [...].»
3) «A convenção prevê que o país costeiro deve ceder, a outros países, por meio de acordos, o acesso aos recursos excedentes.»
Nota: É de referir que o termo ribeirinho surge, de facto, com mais frequência como adjetivo, como é assinalado nos exemplos acima citados. No entanto, importa não esquecer que também pode ser usado como um nome/substantivo, o diminutivo de ribeiro, como por exemplo em frases do tipo: «A casa é valorizada por causa do ribeirinho que passa perto» ou «Aquilo não é um rio nem sequer um ribeiro; quando muito, é um ribeirinho». Para além destes casos, esta palavra ocorre, também, como um nome próprio, como apelido: «O senhor Ribeirinho é meu vizinho.»