O verbo imaginar pode seleccionar uma oração completiva finita, cujo verbo pode estar no indicativo ou no conjuntivo (informação e exemplos de Winfried Busse, Dicionário Sintáctico de Verbos Portugueses, Coimbra, Livraria Almedina, 1994):
1. «Pois, olha, eu imaginava que ainda estavas a viver com os teus pais.»
2. «Imaginava que ainda estivesses em Lisboa – Que surpresa!»
Não há, portanto, desrespeito da gramática aquando se escreve «gente tonta que imagina que se possa governar...», se com a frase se quer reforçar o carácter imaginário do conteúdo da completiva. É este uso que permite a leitura do fim para o princípio da sequência que apresenta.1
1 Devo assinalar o carácter truncado do texto-brincadeira, na leitura do princípio para o fim, porque à sequência «Quando assumirmos o poder faremos tudo para que...» falta acabar a oração subordinada final introduzida por «para que».