De facto, a grafia correta (segundo o Vocabulário Ortográfico do Português, da responsabilidade do ILTEC, e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Porto Editora, 2009, p. 180) é, precisamente, curibeca (com c e não com k).
Pode parecer estranho, mas os dicionários etimológicos consultados [Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa (Lisboa, Livros Horizonte, 1987), de José Pedro Machado; Grande Dicionário Etimológico-Prosódico da Língua Portuguesa (São Paulo, Ed. Saraiva, 1963), de Francisco Silveira Bueno] não registam a palavra curibeca, o que nos impede de conhecer os meandros da sua origem.
No entanto, o Grande Dicionário da Língua Portuguesa (da Porto Editora, 2010, p. 460) atesta curibeca (nome feminino) como termo do Brasil, «de origem obscura», que significa «conluio de pessoas com fins aparentemente honestos, mas com intenções pouco escrupulosas; maçonaria». Identificado como vocábulo do português do Brasil, «de origem obscura», estranha-se que não se encontre registado em nenhum dos dicionários brasileiros consultados (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa) nem no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras.
Nota: Como o consulente relaciona essa palavra ao umbundo, o que não é confirmado pelo dicionário que a atesta, não podemos deixar de referir que o Grande Dicionário da Língua Portuguesa contempla duas outras palavras bastante idênticas à citada, curibotar (verbo) e curibotice (nome/substantivo feminino), do português de Angola, resultantes do quimbundo kudibota, que significam, respetivamente, «maldizer» e «maledicência».