A construção em causa tem vários níveis de análise.
Ao nível da frase, podemos identificar o constituinte sublinhado em (1):
(1) «Ele dá pulos [de tão contente que está].»
Este constituinte é introduzido pela preposição de, pelo que se trata de um grupo preposicional com valor causal equivalente ao constituinte destacado em (2):
(2) «Ele dá pulos [porque está contente].»
No nível do grupo preposicional, podemos identificar o advérbio de grau tão, que, em conjunto com o adjetivo contente, forma o grau superlativo absoluto analítico.
A modificar o adjetivo contente encontra-se ainda uma oração subordinada exclamativa. Este tipo de oração é introduzido por uma palavra qu- que assinala a palavra exclamativa que constitui o foco da exclamação: neste caso, que é um marcador expletivo que assinala o adjetivo contente como foco da exclamação1.
Note-se ainda que esta oração subordinada exclamativa poderá surgir como uma frase exclamativa autónoma:
(3) «Que contente que ele está!»
Refira-se a propósito que as orações subordinadas exclamativas não integram os conteúdos do ensino básico ou secundário, pelo que a sua análise e interpretação deverão ocorrer noutros níveis de reflexão.
1. Para mais informações sobre este tipo de construção, cf. Raposo et al., Gramática do português. Fundação Calouste Gulbenkian, sobretudo pp. 1837-1838.