Vinicius vem do latim `Viniciu-´, antropónimo. Segundo José Pedro Machado, in Dicionário Onomástico, Vinicius aparece no nome Marcus Vinicius da obra Quo Vadis?
No mesmo trabalho de José Pedro Machado, o último `i´ de `viniciu-´ tem uma braquia, o que significa que a sílaba é breve, levando o acento tónico para a sílaba anterior ¦vinícius¦.
Na adaptação ao uso europeu, o termo passou a ter a grafia generalizada Vinício (Rebelo Gonçalves), com tónica na vogal `i´ da sílaba `ni´, semelhantemente a inúmeras palavras assim pronunciadas (ex.: Aparício, egípcio, hospício, indício, natalício, ofício, pontifício, etc.). Ora Vinício deve escrever-se com acento, como mandam as regras ortográficas de Portugal e do Brasil, coincidentes neste, como em quase todos os pontos.
Quanto à natureza da sequência postónica `io´, o assunto já foi diversas vezes tratado em Ciberdúvidas. As nossas normas consideram-na um ditongo crescente, daí chamar-se a tais palavras esdrúxulas aparentes (em rigor graves, pois por definição um ditongo é pronunciado numa só emissão de voz). Para a moderna linguística não há ditongo numa fala lenta (dada a instabilidade da sequência semivogal mais vogal), e as palavras são neste caso autênticas esdrúxulas, exigindo acento.
Raciocinando como português, penso que, embora com tónica em `ni´, o nome Vinicius não deveria ser acentuado, considerando-se que se trata de palavra latina e que o nome vernáculo em Portugal passou a ser Vinício. Lembro que José Pedro Machado, na citada obra, regista Vinicius de Morais, sem acento.
Para o Brasil, penso que a comunidade acabou por fixar o nome latino como palavra do seu léxico. Assim, o acento é necessário, `Vinícius´, segundo as regras, se considerarmos que o termo pertence à língua contemporânea. O acento não escandaliza, pois temos dicionarizadas diversas palavras latinas adaptadas à norma com os acentos gráficos (e até com o hífen). Lembro, por exemplo: ex-líbris, memorândum, vade-mécum, etc.
Ao seu dispor,