O primeiro provérbio – «O amor não envelhece, morre criança» – está intimamente relacionado com um outro – «o amor é eterno enquanto dura» –, significando que o sentimento do amor tem particularidades de tal forma fora do comum, que subverte a ordem lógica das realidades humanas, mantendo-se vivo (e mantendo vivos os que o experimentam) com a chama da euforia, do entusiasmo, da entrega total e incondicional, estados próprios de fases da vida dominados pelo sonho, pela ilusão, pela inocência, pela esperança. Por isso, não suporta os males de uma relação sem a força do entusiasmo, não suportando o desgaste da intensidade com que foi vivido, razão pela qual acaba, morre, mal a chama arrefece.
Por sua vez, o segundo – «O amor é um passarinho que não aceita gaiola» – e o terceiro – «Onde manda o amor, não há outro senhor» – provérbios representam a mesma realidade deste sentimento: a incapacidade de se submeter a regras, a incompatibilidade com outros poderes, pois o amor subverte de tal modo o estabelecido pelas normas sociais, que não suporta nem sobrevive com convenções, uma outra forma de prisão, de perda de liberdade do ser que viva em sociedade.