Mesmo tendo em conta que seria necessário ter acesso a um contexto um pouco mais vasto para a compreensão cabal das frases apresentadas, não há dúvida de que, pela escolha das preposições, elas encerram significados necessariamente diferentes.
Assim, a preposição em é freq{#u|ü}entemente utilizada para designar, de forma mais ou menos neutra, um certo tipo de localização (ex.: «O João está na escola»), que se pode estender a um determinado contexto de enquadramento mais vasto para além da mera localização física (ex: «a crise que se verifica na Europa»). Assim, «preservar no mundo, na apostasia e nas falsas doutrinas» poderá significar a preservação de alguém ou de alguma coisa (a frase é elíptica a esse respeito) no contexto ou no interior de um determinado mundo ou num conjunto de ideias. Neste caso, preservar será interpretado como «manter».
Já a preposição de parece remeter, neste caso, para uma leitura diferente, associada a certas propriedades de subcategorização do verbo preservar. Na realidade, faz parte do significado lexical do verbo em questão, quando este designa «resguardar» ou «defender», um argumento que configura o elemento relativamente ao qual se quer proteger alguém ou alguma coisa. Neste caso, a frase «preservar do mundo, das apostasias e das falsas doutrinas» parece significar que se quer defender alguém ou alguma coisa (não especificada na frase) contra o mundo ou contra as falsas doutrinas.
Em suma, e no caso do verbo preservar, a sele{#c|}ção da preposição vai ser determinante para o significado que atribuímos à própria forma verbal em si. Comparem-se, a este respeito, as seguintes construções: «preservar no frio» e «preservar do frio» no primeiro caso, preservar significa «conservar», «manter»; no segundo, «defender» ou «resguardar».