Nas bibliografias, há que distinguir entre o uso de abreviaturas na entrada e o uso de abreviaturas no corpo da referência. Na entrada, o uso de abreviaturas em nomes de instituições é desaconselhável e apenas se verifica em casos excepcionais, designadamente, quando a notoriedade das mesmas se sobrepõe às respectivas designações, como acontece, por exemplo, com a OCDE, em que a instituição é mais conhecida pela sigla do que pelo nome.
Relativamente aos exemplos que apresenta:
No caso do GEPE-ME ou GEPE/ME, existe uma relação de subordinação entre os dois organismos, já que o GEPE (Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação) depende do ME (Ministério da Educação). Nesse caso:
— no corpo da referência, quando se mencionasse o editor, e porque já referido na entrada, colocar-se-ia apenas o acrónimo GEPE. Não GEPE-ME e menos ainda GEPE/ME. O uso do hífen só é admissível quando ele faz parte do nome da instituição. Por exemplo, no caso da Secretaria-Geral do Ministério da Educação, em que a abreviatura seria SG-ME. A barra oblíqua nunca é utilizada;
Quanto ao INE/GEPE-ME ou INE-GEPE/ME, não existe qualquer relação de subordinação entre as duas entidades, ou seja, entre o Instituto Nacional de Estatística e o Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação, tratando-se, pois, de autores e presumivelmente editores autónomos. Nesse caso:
— no corpo da referência, quando se mencionasse o editor, colocar-se-ia INE; GEPE. Mais uma vez sem o recurso ao hífen ou à barra oblíqua.
Em resumo, a construção de referências bibliográficas segue a NP 405 — norma oficial portuguesa para a referenciação bibliográfica —, sendo a separação entre as várias entidades efectuada através de ponto final, no caso de entidades subordinadas, ou de ponto-e-vírgula, no caso de entidades independentes e sem subordinação.
Refira-se ainda que a palavra de ordem PORTUGAL, grafada em maiúsculas, nas entradas de organismos públicos, podendo parecer estranha, visa, com particular utilidade no caso de bibliografias extensas e em diversas línguas, agrupar todos os organismos públicos dos diferentes países, facilitando a sua localização, mesmo quando não se conhece com exactidão a respectiva designação.