Lamento, mas o que vou expor a seguir pouco adianta sobre o significado da maior parte dos provérbios apresentados por duas razões: parecem-me ser pouco usados; as fontes consultadas não esclarecem o seu sentido.
1. «Lá vai o russo e as canastras»
Provérbio registado por José Pedro Machado, em O Grande Livro dos Provérbios (Lisboa, Editorial Notícias, 2005), sem comentários. Como não me é familiar, suponho que se aplique, pelo menos, a duas situações: a) quando alguém vê goradas as suas expectativas; b) como comentário jocoso ou depreciativo sobre uma pessoa ou um grupo de pessoas.
2. «Seja ruço o cavalo e seja qualquer» (e não «seja russo o cavalo e seja qualquer»)
A forma do provérbio que encontro registada também em Machado (op. cit.) é «seja ruço o cavalo e seja qualquer», não tendo que ver, portanto, com o gentílico russo. Penso que não é um provérbio muito frequente, que parece interpretável como «vale tudo».
3. «Paga o holandês pelo mal que não fez»
Deve ser variante de «Como o holandês, pagou o mal que não fez», recolhido por José Ricardo Marques da Costa, em O Livro dos Provérbios Portugueses (Lisboa, Editorial Presença, 2004). Parece equivalente a «paga o justo pelo pecador».
4. «Ou forca ou índia ou marco de estrada»
Não o conheço, nem o encontro registado em dicionários de provérbios.
5. «Pode enganar-se os mandarins, nunca insultá-los» (Machado, op. cit.)
Não se afigura como provérbio português tradicional. Sugere que, com os poderosos, é mais prudente a hipocrisia ou a duplicidade do que o confronto.