DÚVIDAS

Pego, pegado

O livro Curso de Gramática Aplicada aos Textos, de Ulisses Infante, diz que o verbo pegar tem como particípio apenas a forma regular: pegado.

No entanto, os meios de comunicação, pelo menos aqui no Brasil, a todo momento usam, na voz passiva, um particípio irregular, por exemplo: «Ele foi pego» (uns dizem "pégo"; outros, "pêgo").

Eis, então, minhas dúvidas:

1) Isto é apenas um entendimento isolado de um gramático, ou uma regra da língua culta de consenso geral?

2) Caso realmente só exista pegado, haveria, na língua culta, voz passiva com este verbo? Poderia-se dizer que «ele foi pegado» (chega a soar estranho, tal é o costume de se ouvir a outra forma)?

3) Se, ao contrário, haja, na língua culta, a possibilidade de se construir uma frase do tipo «ele foi pego», como seria a pronúncia: "pégo" ou "pêgo"?

Obrigado pela atenção.

Resposta

Esta é uma questão que se coloca apenas para o português do Brasil, como já se referiu no Ciberdúvidas. Por exemplo, aqui e aqui.

O Dicionário Aurélio aceita a forma pego como particípio passado irregular do verbo pegar – o regular é pegado. Já o Michaelis apenas registra pegado. Considero a forma pego correcta.

Em todo caso, se optar pela utilização das duas formas, deve seguir as mesmas regras dos outros verbos com dois particípios: pegado com o verbo ser, pego com outros verbos auxiliares.

Quanto à pronúncia, deverá ser com o e fechado, para não confundir com a primeira pessoa do singular do presente do indicativo, que tem o e aberto.

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