Parece-me que o melhor é consultar um artigo da Wikipédia em francês, que posso aqui resumir ou brevemente parafrasear. A palavra patafísica é o aportuguesamento do francês “’pataphysique”, criado pelo dramaturgo francês Alfred Jarry (1873-1907), autor de Ubu Rei («Ubu Roi»). É a ciência das soluções imaginárias, e o seu nome baseia-se na contracção da expressão grega ‘epì tà metà tà phusiká’, a qual significa «o que está junto do que existe depois da física», entendendo por «depois da física» aquilo a que se chama metafísica. Segundo Jarry, o apóstrofo antes de “pataphysique” serve para evitar um trocadilho (por exemplo, poderia ler-se “pas ta physique”, que se traduz por «não a tua física»).
Jarry expõe os princípios e os fins desta “abordagem” no romance «Gestes et opinions du docteur Faustroll», definindo-a como «ciência do particular, ciência da excepção». Durante todo o século XX, a proposta de Jarry, aparentemente absurda ou tão absurda como a realidade o exige, inspirou outros autores. Existe um Collège de ’Pataphysique, fundado em 1948, que publica uma revista (os «Carnets du Collège»). Nesta publicação, apareceram os primeiros textos de Ionesco (o criador do “teatro do absurdo”; n. 1909 – m. 1994), muitos inéditos de Boris Vian (1920-1959), Jarry ou Julien Torma (1902-1933) e os primeiros trabalhos do grupo OuLiPo.