As nossas saudações aos alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico de Santa Catarina e cumprimentos pelo seu interesse pela Língua Portuguesa. Sejam bem-vindos ao Ciberdúvidas!
Na frase que apresentam há a considerar três aspectos: o uso da vírgula após o travessão, o uso dos parênteses e o uso dos travessões. Vou referir um de cada vez.
A vírgula deve existir porque ela separa do sujeito o complemento circunstancial, que está colocado no início da frase. Quando o complemento circunstancial (ou adjunto adverbial) vem antecipado: deverá ser separado do sujeito da oração por uma vírgula. Essa vírgula pode surgir depois de parênteses ou depois de um travessão, desde que o sujeito da oração venha depois desses parênteses ou travessão.
No caso desta frase, o sujeito da oração o pregão sobe no ar é o pregão, e a expressão «pela tardinha a chover (uma chuva miudinha)» é um adjunto adverbial (um complemento circunstancial).
Quanto aos parênteses, eles usam-se para intercalar num texto uma explicação ou um esclarecimento, o que é o caso. O autor, depois de referir que estava a chover, esclarece qual o tipo de chuva. Assim, podem usar-se aqui os parênteses.
Os travessões são, às vezes, utilizados para um efeito semelhante ao dos parênteses: isolar, num contexto, palavras, expressões ou frases. No entanto, as palavras ou expressões isoladas por meio de travessões não têm normalmente apenas o efeito de esclarecimento, mas também o de aparte ou de comentário, ou constituem mesmo uma frase realmente suplementar, como neste exemplo: «O que te vou dizer – presta muita atenção – é um segredo guardado há muitos anos.».
Já o uso simultâneo de parênteses e travessões para intercalar uma frase ou expressão, isso constitui um erro, pois são utilizados dois processos de pontuar para o mesmo efeito, quando bastaria um. Assim, no excerto apresentado, há uma dupla pontuação, desnecessária.