É verdade que na 8 ª edição do Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora, surge a forma illite, mas na 6.ª edição só se regista ilite, «mineral (hidromica) vizinho da moscovite quanto à composição, e que é um dos minerais das argilas». Também com esta forma e com sentido próximo, tem o termo entrada no Grande Dicionário da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado. O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, não regista este vocábulo. Quanto ao Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, regista-se a forma illita com a variante ilita.
Por que razão aparecem os dois eles? Como o termo deriva do nome de um dos estados dos EUA, o Illinois, segue-se a regra que prevê que os grafemas e as combinações de letras alheias à ortografia portuguesa se mantenham nos derivados de nomes estrangeiros; daí a grafia illita. Sem embargo, poder-se-ia defender que só ilite ou ilita, com um ele, são formas legítimas, porque a palavra donde derivam tem uma forma vernácula, Ilinóis, no Vocabulário da Língua Portuguesa de Rebelo Gonçalves. Contudo, José Pedro Machado, no Dicionário Onomástico-Etimológico da Língua Portuguesa, observa com alguma contundência: «Ninguém usa a grafia Ilinóis registada pelo Voc[abulário]» (entenda-se o de Rebelo Gonçalves). Penso, por conseguinte, que as formas com dois eles são aceitáveis.
Acresce ainda que o uso de ilite/ illite e de ilita/illita pode não ser indiferente à variação entre normas: o primeiro par surge em dicionários portugueses, mas o segundo é específico do Brasil, segundo o Grande Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora. Esta indicação é confirmada pelo Dicionário Houaiss, pelo Novo Aurélio século XXI e pelo Michaelis. Moderno Dicionário da Língua Portuguesa, que não registam as formas acabadas em -ite.