Apesar de algumas variantes nas histórias que dele se contam, interessa saber que Orfeu é um músico por excelência, tangendo lira ou cítara, com que apazigua tempestades, encanta plantas, animais, homens e os próprios deuses. Sua mulher, Eurídice (ou Eurydice), que fugia de um importuno, foi morta por uma serpente e caiu no inferno. Orfeu, na sua mágica melodia, consegue que os deuses lha devolvam, mas impondo uma condição: não pode olhá-la enquanto Eurídice não chegar à luz do dia. Mas Orfeu duvida; e, a meio do caminho, não resiste, e olha para trás: a mulher desaparece para sempre. A sua arte vira lamento e acaba os dias cortejado por mulheres que nunca desejara. Quanto à sua simbólica, entre sedutor e vaidoso, mas, também, lutador e exemplo de quem persegue um ideal, vêm concluindo alguns que ele representa o fracasso da alma; para outros, trata-se de alguém que quebrou um interdito e, desobedecendo, quis olhar o invisível.