Em Portugal, os pronomes com função de objecto/objeto (directo/direto ou indirecto/indireto) correspondentes ao pronome com função de sujeito «você» são sempre os de terceira pessoa («o», «a», «lhe»). O pronome oblíquo tónico/tônico que lhe corresponde é «si/sigo» («para si»). Os pronomes de segunda pessoa do singular nunca se referem a «você», apenas sendo utilizados quando ao se tratar alguém por «tu».
Diz-se então «Você gostou do livro que lhe enviei?», «Gostaste do livro que te enviei?».
O pronome «vos» (assim como o possessivo correspondente «vosso») é usado somente quando o receptor é plural. Temos pois «Envio-Lhe [a Vossa Excelência]», «Envio-Vos [a Vossas Excelências]», «Envio-Lhes [a Vossas Excelências]». Nestes casos, o Ciberdúvidas recomenda a utilização dos pronomes de terceira pessoa do plural, reservando os de segunda pessoa do plural para o tratamento por «vós» (que desapareceu da maioria dos dialectos/dialetos, sobrevivendo apenas em textos religiosos, e que pode ser utilizado com valor singular).
Todavia, o Português do Brasil conhece usos diferentes dos pronomes pessoais e não é minha intenção sugerir que os brasileiros devem falar como os portugueses.