O verbo valer na expressão «valha-me Deus» é transitivo indirecto. Transitivo, porque pede um complemento; indirecto, porque esse complemento é introduzido por uma preposição, estando neste caso sob a forma de pronome pessoal. Subentende-se «que Deus me valha», por isso:
— Deus é o sujeito (e não o complemento directo, porque a ocorrer no plural alteraria a flexão do verbo: «deuses valham-me»).
— O pronome pessoal -me é o complemento indirecto: «valha a quem?» «A mim.»
Quanto a utilizarmos esta expressão hoje em dia, a resposta é afirmativa! Usamos com o significado de «perante uma situação adversa, Deus é o único que ainda me vale, que ainda me pode socorrer».
Disponha sempre!