A palavra existe no sentido de poder formar-se regularmente, receber um significado e até por já ter uso registado em dicionário.
Não sendo frequente, fantasmar é verbo possível, bem formado (derivado de fantasma) e facilmente interpretável – «tornar fantasma» ou «fazer fantasma», donde, neste caso, pelo contexto, se depreende que significa «imaginar», «ter a fantasia de».
O Dicionário Aulete, em versão eletrónica, confirma este uso, atestando-o com uma passagem de um autor português de começos do século XX: «O que aí vai, José!... Estás a fantasiar, homem. Ouve-me sossega. – Eu não sei se estou a fantasmar, se o que estou a fazer...» ( Sanches de Frias, Ercília , c. 4, p. 79, ed. 1908). É, aliás, curioso reparar que na frase citada fantasmar como que retoma fantasiar.
Note-se que fantasma, além de «aparição», pode significar «visão quimérica como a que oferece o sonho ou a imaginação exaltada» (Dicionário Priberam da Língua Portuguesa) ou, ainda, no domínio da psicanálise, «situação imaginária em que o sujeito está presente e na qual se realiza um de seus desejos, mais ou menos disfarçado» (Dicionário Houaiss). Fantasmar será, portanto, também, «ter visões quiméricas» ou «imaginar ou fantasiar situações».