O problema da utilização do adjectivo alegado no contexto que refere tem menos de gramatical do que de jurídico. Do ponto de vista gramatical, trata-se de um adjectivo que tem uma particularidade que o individualiza no conjunto dos adjectivos em português e que é o facto de se utilizar anteposto ao nome que qualifica e não depois, como é comum.
Do ponto de vista do sentido, em contexto jurídico adquire uma “nuance”, veiculando a ideia de que não se está perante um facto provado mas perante uma hipótese a comprovar.
Compreendo o uso, e pretenso abuso, da palavra pela necessidade que o jornalista poderá sentir de se defender a si próprio da acusação de calúnia. Tratando-se de um termo técnico de uma área em que não sou especialista, não poderei sugerir alternativas que diminuam o número de ocorrências da palavra.