Uma preposição é uma palavra que estabelece a relação entre dois elementos de uma oração: um dos elementos é o subordinante [elemento que precisa que outra(s) palavra(s) lhe complete(m) o sentido] e o outro o subordinado [elemento que completa o sentido de outra(s) palavra(s)]. O elemento subordinante denomina-se termo regente; o elemento subordinado denomina-se termo regido. Note-se que a palavra termo é aqui usada com o sentido de parte constituinte de uma oração [sujeito ou complemento directo, por exemplo], podendo coincidir com uma palavra ou integrar mais do que uma palavra.
O substantivo porte, que aparece no exemplo apresentado pelo consulente, é lexicalmente relacionável com o verbo transportar e, como tal, selecciona um sintagma nominal com função de agente e outro com função de tema. Vejam-se as seguintes frases:
1) [A população] AGENTE transporta [armas] TEMA e não existe consenso em relação a isso.
2) O porte de [arma] TEMA pel[a população] AGENTE não tem consenso.
A transformação que operou da frase 1) para a frase 2) foi a nominalização da acção, ou seja, a acção passa a ser representada não por um sintagma verbal («transporta armas») mas por um sintagma nominal («o porte de arma»).
Tal como o consulente referiu, no sintagma nominal «o porte de arma», a preposição de estabelece a relação entre o sintagma nominal «o porte» (termo regente) e o nome «arma» (termo regido). Já a preposição por faz a ligação entre o sintagma nominal «o porte de arma» (termo regente) e o sintagma nominal «a população» (termo regido). É assim feita a relação entre o agente da acção («a população») e a acção praticada («porte de arma»).