Os morfemas são unidades que se podem delimitar dentro da palavra e que podem ser maiores do que o fonema. Por exemplo, em «constituição» é possível identificar duas unidades, «constitui-» e «-ção», pois a primeira também ocorre na palavra «constituir» e a segunda ocorre em palavras como «animação», «perdição», «destruição» e ambas têm um significado constante nestas palavras. Alguns destes morfemas chamam-se sufixos e eles têm a característica de ser morfemas presos (não podem constituir por si sós uma palavra), e de ocorrerem na margem direita da palavra. Os sufixos são divididos geralmente em sufixos flexionais e sufixos derivacionais. Os últimos estão envolvidos em processos de formação de palavras (geram palavras novas) e determinam a classe gramatical da palavra resultante (então, no exemplo «constituição» acima referido, o sufixo derivacional -ção determina que a palavra derivada seja um substantivo embora a base seja verbal), assim como outras propriedades dessa palavra como o género gramatical (p. ex., todas as palavras derivadas com -ção são do género feminino). Os sufixos flexionais, por outro lado, veiculam informação gramatical relevante para a concordância ou para outros fenómenos sintácticos/sintáticos e não modificam a classe gramatical da palavra em que ocorrem. Exemplos de sufixos flexionais são o -s do plural dos nomes e adjectivos ou os sufixos que nos verbos transmitem informações de pessoa, número, tempo, modo e aspecto. Convém referir que em Português, o mesmo sufixo transporta as informações de pessoa e número, da mesma forma que, para o conjunto de valores de tempo, modo e aspecto também não é possível isolar mais do que um sufixo na mesma forma verbal.
Uma desinência é um sufixo flexional. Também se usa o termo «terminação» para este conceito. Exclui-se por vezes da classe das desinências o grupo dos sufixos que na flexão verbal codificam os valores de tempo, modo e aspecto, reservando-se a designação de desinência para os sufixos flexionais verbais que veiculam informação de pessoa e número e, na flexão nominal, para os sufixos de género e o sufixo -s do plural. Por vezes, por terminação entende-se não um sufixo flexional, mas um conjunto de elementos como seja o conjunto formado, nos verbos, pela vogal temática, o sufixo de tempo, modo e aspecto e o sufixo de pessoa e número.