O sufixo -ano, usado nas formas de adjetivo ou de substantivo e que atribui um valor de origem ou de semelhança à palavra a que se junta1, segue uma regra gráfica segundo a qual se escreve -eano quando a sílaba tónica do derivante for um -e- tónico ou ditongo tónico com base -e-, como é o caso de eulereano – do francês Euler. Se o -e- for átono seguido de uma vogal átona, como é o caso, por exemplo, de Arqueu, Galileu, Egeu, escreve-se -eano: arqueano, galileano, egeano. Nos restantes casos, mesmo que derivem de palavras que se escrevem com -e-, grafa-se sempre -iano, como newtoniano, lagrangiano e laplaciano (de Newton, Lagrange e Laplace)2.
1 O sufixo -ano confere os seguintes valores às palavras: «a) proveniência, origem, pertença; b) sectário ou partidário de; c) semelhante ou comparável a, como romano, luterano, camoniano, etc...», em Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, 2002, p. 100.
2 Há algumas exceções, como em hugoano (Victor Hugo) e peruano (Peru), vocábulos que podem servir de padrão a ocorrências morfológicas semelhantes (cf. Dicionário Eletrónico Houaiss).