Os sinais que refere destinam-se a indicar que há cortes ou supressões no texto que é citado. A forma desses sinais tem tido alguma variação e, ao que sabemos, não há ainda uma norma específica que estabilize a forma de indicar tais supresões e o respectivo uso. No entanto, a mais corrente é empregar [...] para indicar supressão de texto ou de palavra (ver Código de Redacção Interinstitucional da Comissão Europeia). Em alternativa, há quem use (...), com três pontos, mas nunca (....), com quatro pontos.
No Código de Redacção Interinstitucional da Comissão Europeia usam-se os chamados pontos elípticos, sujeitos às seguintes normas:
«Pontos elípticos
Geralmente são três os pontos de reticência. No entanto, existem casos em que se podem multiplicar na parte omitida de qualquer citação de trecho que se transcreve. Empregam-se:
1. Pontos elípticos de três pontos para indicar vocábulo incompleto:
«Morrer! Mo... Mas eu não estou doente!» (Raul Brandão)
2. Pontos elípticos de cinco pontos para indicar parte de texto suprimido de um período:
«..... não acho texto algum da lei, ou sagrada ou profana, que obrigue as mulheres a serem tolas e não saberem falar.» (Luís António Verney)
3. Pontos elípticos em toda a linha para indicar supressão de versos ou de linhas de texto:
«Nesta, cuja memória esquece a Fama,
Feira, que de Santarém vem de ano a ano,
Jazia co’uma freira um franciscano
Eram de barro os dois, de barro a cama
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Não basta a felpa dos buréis opacos,
Com que a carne rebelde anda ralada?
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O escandaloso par converte em cacos.»
(M. M. Barbosa du Bocage)