No sentido de melhor se compreender a resposta, insere-se este conhecido poema de Carlos Drummond de Andrade, retirado da página http://www.casadobruxo.com.br/poesia/c/quadrilha.htm:
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história
No texto da resposta que refere, nenhum dos pronomes relativos presentes está sublinhado, pelo que assumo que a pergunta relativa à função sintáctica os englobe a todos. Isso é fácil, pois todos desempenham, do meu ponto de vista, a mesma função: cada um introduz uma oração relativa e desempenha a função de sujeito do verbo que o precede, representando na frase – como é característico do pronome relativo – o nome que o antecede. Assim, na frase «que amava Raimundo», o pronome é sujeito e refere-se à palavra Teresa, cuja função na frase anterior é a de complemento directo. Esta estrutura repete-se em todas as orações relativas, que se constituem um excelente exemplo de repetição anafórica ou, do ponto de vista linguístico, de recursividade, que consiste na possibilidade que algumas estruturas manifestam de poderem expandir-se ‘ad infinitum’.