Com alguma frequência, a intuição linguística, se assim podemos dizer, dos utentes de uma língua guia-os até à forma mais lógica e mais correcta, sem necessidade de grande reflexão sobre a palavra ou expressão a usar. Era o seu caso, prezada consulente, ao usar, e muito bem, «o mais das vezes» no sentido que lhe atribui. Dizemos, por exemplo, «Passo o mais da minha vida a trabalhar», e não «Passo a mais da minha vida...».
Diz Napoleão Mendes de Almeida (in "Dicionário de Questões Vernáculas") que mais, nestes casos, « é empregado de maneira neutra, substantivamente, como se fosse 'o máximo','o maior número','a maior porção'».
O mais das vezes terão razão essas pessoas cultas...Desta é que me parece que não.