O futuro do pretérito é um caso específico no âmbito dos verbos portugueses, porque a mesma forma verbal (terminação -ia, etc. acrescentada ao infinitivo dos verbos regulares — andaria) pode veicular uma ideia de tempo com sentido futuro, mas com foco no passado, em exemplos como em «Ao observar o espaço não podia imaginar o que ali se passaria pouco depois», e pode, igualmente, veicular uma ideia de hipótese, em exemplos como «Não sei o que faria se não estivesses presente». Esta duplicidade de sentido faz com que a designação da própria forma verbal seja encarada de formas distintas. No Brasil, regista-se a predominância da ideia de futuro com foco no passado, pelo que se dá à forma verbal, prioritariamente, a designação de «futuro do pretérito». Por seu lado, em Portugal, há uma preferência pela ideia de hipótese, atribuindo-se à forma verbal uma designação que é, simultaneamente, um modo verbal: condicional. Alguns dicionários de verbos e algumas páginas em linha (como, por exemplo, esta) destacam ou registam as duas possibilidades, ainda que dando relevo a uma delas.
Importa referir ainda que o verbo, quando veicula uma ideia de futuro com foco no passado, se situa ou aproxima, efectivamente, do modo indicativo, ao mesmo tempo que, quando veicula uma ideia clara de hipótese, possibilidade, se aproxima do modo condicional.