A situação que a frase em apreço ilustra não é diferente do que acontece com o verbo ir – Vou a Lisboa –, ou com o verbo morar – Moro em Lisboa. Estes verbos também pedem um complemento, de que precisam para completar o seu sentido e que é considerado complemento circunstancial, embora seja imprescindível para a correcta formação das frases em que surge.
Mais recentemente estes complementos começaram a ser designados complementos circunstanciais dependentes do verbo. Talvez porque esta designação pareça estranha pois procura conciliar dois conceitos opostos (circunstancial, equivalendo a não nuclear, e dependente do verbo a implicar uma posição nuclear) na nova Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário fala-se de complemento preposicional quando o complemento depende do verbo e de modificador preposicional nos restantes casos. Noutros estudos, estes complementos são considerados oblíquos por oposição ao complemento directo e indirecto.
Note-se que o exemplo que a consulente apresenta tem a particularidade de incluir o verbo ser numa frase em que não surge como copulativo, tendo um sentido próximo de pertencer.